Operação já resgatou cerca de 90 mil peixes no Rio Doce
Os peixes ameaçados de extinção e os que são encontrados somente no Rio Doce estão sendo resgatados e transferidos para tanques de piscicultura. No futuro, a intenção é devolvê-los para a natureza. De todos os animais, um grupo tenta salvar o maior número possível. Desde a última sexta-feira (13), já foram resgatados pela Operação Arca de Noé cerca de 90 mil peixes, alguns em extinção, segundo afirmou o pescador amador Carlos Dubberstein.
No total, mais de 15 espécies, entre peixes, camarões e lagostas já foram retiradas do rio Doce só em Colatina-ES.
“Estamos tentando minimizar um pouco o dano, o que coletamos aqui é uma fração muito pequena (de peixes), mas vamos depositar nesses peixes a esperança de salvar o rio. Vamos cuidar ao máximo dos peixes para depois ter neles a fidelidade do que encontramos na genética”, disse Dubberstein.
Os animais tiveram que ser retirados do Rio Doce devido ao mar de lama que atingiu o curso d’água, após o rompimento da barragem Fundão, da Samarco Mineradora. A catástrofe provocou a mortandade de diversas espécies.
A iniciativa atende a uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Espírito Santo e pelo Ministério Público Federal que ordenou que a mineradora resgate “o maior número possível” de peixes nos municípios de Baixo Guandu-ES, Colatina-ES e Linhares-ES, antes da chegada da lama.
Em Colatina, os policiais militares do 8º Batalhão, pescadores, e técnicos em meio ambiente iniciaram nesta terça-feira (17) um trabalho de transposição dos peixes do Rio Doce.
Cerca de 120 pessoas estão realizando a operação. Com a proximidade da lama no Rio Doce nos municípios capixabas os esforços são para tentar proteger algumas espécies presentes no rio. A ação coordenada pelo 8º Batalhão da Polícia Militar está utilizando materiais de pesca e barcos para resgatar os animais.
Quinze espécies
Segundo o coordenador do projeto, o professor especialista em gestão de recursos hídricos do Instituto Federal do Espírito Santo, Abraão Elesbon, já foram retirados do rio cerca de 15 espécies que estão sendo direcionadas para tanques de cultivo no Instituto Federal do Espírito Santo, Ifes, que fica no bairro de Itapina, zona rural do município de Colatina, para posterior repovoamento do Rio Doce.
Elesbon destacou ainda que além de equipes de biólogos, Ictiólogos, policia militar, voluntários e piscicultores especializados, que estão analisando a retirada de espécies raras e endêmicas do local, as quais já estão sendo direcionadas, o grupo conta ainda com ajuda da mineradora.
Nos municípios mineiros, por onde a lama passou, milhares de peixes agonizaram após o rio Doce ser tomado de lama, algumas espécies raras como surubim-do-Doce, andirá, curimba e piaba-do-Doce.
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