A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (25), em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, a “Operação PREA”, com o objetivo de dar cumprimento a 44 ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal, a fim de desarticular uma associação criminosa voltada à prática de pesca predatória em larga escala nas proximidades da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, no Rio Paraná.
Segundo a polícia, a investigação teve início em abril deste ano, sendo apurado que diversos pescadores dos municípios de Rosana (SP) e Três Lagoas (MS) se associaram para praticarem a pesca nos arredores da barragem, no perímetro cuja exploração da atividade pesqueira é terminantemente proibida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), especialmente no entorno da escada de transposição de peixes edificada no local com a finalidade de viabilizar a reprodução das espécies presentes no Rio Paraná.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, além de atuarem em área interditada para a pesca, os envolvidos utilizavam ferramentas não permitidas pela legislação, agindo com seus rostos encobertos, com embarcações sem qualquer tipo de sinal identificador e com capas cobrindo os respectivos motores, com o intuito de evitarem tanto sua identificação pessoal quanto dos barcos utilizados na ação ilegal.
Conforme o levantamento realizado, eram capturados mais de 1.000 quilos de peixes diariamente, sendo que os pescados eram transportados até Presidente Epitácio, de onde eram enviados para outros estados.
Também segundo a polícia, o grupo criminoso ainda corrompeu algumas pessoas que prestam serviço à usina hidrelétrica, “mediante o recebimento de vantagens”, para que atuassem como “olheiros”, os alertando sobre a presença de forças policiais para que conseguissem escapar da fiscalização.
No decorrer dos trabalhos foram realizadas incursões nas imediações da hidrelétrica que terminaram com prisões em flagrante e na apreensão de embarcações, motores de popa, aproximadamente 10,5 metros de comprimento de redes de emalhar, arbaletes, arpões, trajes de mergulho, espinhéis e máscaras, entre outros materiais utilizados na atividade irregular. Foram apreendidos ainda, cerca de 1,5 mil quilos de peixes capturados de forma ilícita, os quais foram doados a instituições com fins beneficentes.
Conforme a polícia, cerca de 120 policiais federais estão cumprindo 18 mandados de condução coercitiva, 25 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária nos municípios de Rosana, Presidente Epitácio e Três Lagoas. Durante os procedimentos das buscas estão sendo apreendidos os restantes das embarcações e os petrechos utilizados na pesca predatória. O caminhão utilizado no transporte dos peixes para outros estados, também será apreendido.
Os envolvidos foram conduzidos até a Delegacia de Polícia Federal em Presidente Prudente, onde foram formalmente indiciados por associação criminosa, pesca predatória, falsidade ideológica e uso de documento falso e em seguida encaminhados para uma unidade prisional da região.