A lama com rejeitos de minério chegou ao mar, no fim de semana. A foz do Rio Doce, que trouxe o material, fica no município de Linhares, no Espírito Santo, onde o domingo (22) foi de muita preocupação e incertezas, principalmente para quem vive da pesca e do turismo.
O encontro dos dois gigantes foi inevitável, o Rio Doce agora divide com o oceano, a tarefa de diluir a mancha marrom. Um canal na foz foi aberto por máquinas contratadas pela mineradora Samarco para facilitar o caminho da lama até o mar. A água suja segue em direção às praias e a prefeitura de Linhares já alertou os turistas.
A lama com rejeitos de mineração também chegou ao estuário, lugar cheio de ilhas e manguezais que fica na foz do Rio Doce, em Regência. Um berçário natural, reduto de desova e reprodução de animais aquáticos.
Boias instaladas pela Samarco, infelizmente, não seguraram a mancha, mas a empresa afirma que mesmo deixando passar água suja, as boias tiveram a eficiência esperada.
No Píer de Regência, muita gente parou para ver a lama e agora, enquanto o mar, aos poucos, vai engolindo as marcas da pior tragédia ambiental do país, fica a preocupação de quem tirava o sustento do Rio Doce. “Nossa água aqui nós não temos para beber, para pescar, para comer, para nada. Nós estamos nas mãos de Deus”, lamenta a pescadora Alda Lourenço.
Portal G1 – Globo.com