A passagem da lama das barragens que se romperam no município de Mariana (MG) pela região Leste do Estado de Minas deixou um rastro de destruição e dizimou peixes do Rio Doce. Ainda não se sabe a dimensão do problema, mas a população encontrou centenas de peixes mortos após a passagem da onda de rejeitos.
Usinas hidrelétricas tiveram o seu funcionamento interrompido devido o volume da lama que segue em direção ao Espirito Santo.
Em comunicado divulgado neste sábado, a Agência Nacional de Águas (ANA) recomendou a intrerrupção da captação de água nos municípios que dependem da Bacia Hidrográfica do Rio Doce para abastecimento. O motivo é o risco de contaminação por causa da lama e rejeitos que seguem pelo leito do rio desde o rompimento das barragens da Samarco em Mariana-MG.
Milhares de pessoas estão sem água e sem energia elétrica devido o corte realizado em caráter emergencial.
Os municípios que estão no percurso dos dejetos são: Ponte Nova, Nova Era, Antônio Dias, Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga, Governador Valadares, Rio Doce, Tumiritinga, Resplendor, Galiléia, Conselheiro Pena e Aimorés, em Minas; e Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no Espírito Santo.
A Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA) está registrando boletins de ocorrências que serão enviados para ao Ministério Público, que já abriu inquérito para investigar a tragédia.
Por volta das 10h30 da manhã deste domingo(8), militares do destacamento de Naque compareceram ao Rio Doce, após a ponte do município, onde se depararam com muitos peixes mortos.
Segundo o Sargento Anacleto, a população foi orientada a não consumir os peixes, pois ainda não se sabe ao certo a causa da morte. Fotos registradas por populares locais e publicadas em redes sociais mostram algumas pessoas recolhendo os peixes.
No município de Rio Doce, um dos primeiros atingidos pelos rejeitos, o 2º grupo de Polícia Militar de Meio Ambiente, sediado em Ponte Nova, registrou ocorrências relatando os danos provocados. Conforme um dos registros, devido à existência dos pilares da ponte sobre a MGT-120, houve contenção de grande quantidade de lama, madeira e animais mortos (peixes, bovinos e suínos).
Em Caratinga, Bom Jesus do Galho, Santana do Paraíso, Governador Valadares e em outros municípios da região, a Polícia Ambiental acompanhou a passagem dos rejeitos, mas ainda não foram divulgadas informações sobre os danos provocados.
Ainda conforme a PMMA, a Samarco emitiu nota com informações sobre a composição do rejeito, dizendo que ele é composto, em sua maior parte, por sílica (areia) proveniente do beneficiamento do minério de ferro e não apresenta nenhum elemento químico que seja danoso à saúde. Os danos ambientais só poderão ser mensurados após investigações e estudos técnicos.