Voluntários se mobilizam para resgatar peixes do Rio Doce no ES
Um grupo de pessoas estão se mobilizando através das redes sociais para começar uma operação emergencial de resgate de peixes do Rio Doce no estado do Espírito Santo.
O grupo pretende levantar áreas nas lagoas de afluentes próximos que possam receber os peixes. Antônio de Pádua Almeida, um dos incentivadores da ação, não descarta utilizarem tanques, reservatórios e até mesmo piscinas para realocar os peixes.
Ele destacou ainda que o rio está morto por onde a lama já passou, não se sabe como serão os impactos na baixada, mas a intenção é resgatar os peixes em toda a extensão que ainda não foi atingida. A crista da onda de lama tem ficado repleta de peixes agonizantes, e precisamos atuar também nesta área.
O estudante em engenharia de pesca pela UFERSA, Gibson Gibim, disse em uma publicação que é importante que se faça a identificação de onde foi retirado cada lote de peixe.
É importante devolver esses peixes para o rio em algum momento. Esse é o objetivo. Portanto, devolver o peixe para a mesma área onde foi retirado, mantém o ecossistemas em ordem, pois a ocorrência de um animal num determinado ponto do rio não significa que ele ocorra em outra; É preciso fazer essa retirada de forma ordenada para que o resultado seja o melhor possível para meio ambiente se recuperar mais rapidamente.
Para essa operação, alguns cuidados devem ser tomados para que os peixes não venham morrer. Se colocados em piscinas, a água deve estar livre de cloro, antes de introduzir os peixes, é necessário aguardar 24h para a total evaporação do agente químico. Aeração! Oxigenar o local onde os peixes serão acomodados para o transporte.
Operação Arca de Noé
A operação, denominada Arca de Noé, acontece em paralelo há essa ação para resgate e conservação do material genético dos animais. Como medida emergencial, serão retiradas do Rio Doce todos os peixes encontrados.
A força tarefa envolve a Associação de Pescadores do município, o MPF-ES e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), além de entidades ambientais.
Os animais serão levados para outros locais, previamente definidos. A princípio, serão alocados nas lagoas da Cobra Verde, em Colatina; e na do Limão, em Linhares. Também estão sendo sondados locais próximos à hidrelétrica de Mascarenhas, em Baixo Guandu.
Segundo o MPF-ES, a mineradora Samarco acatou as medidas e está prestando apoio para operacionalização da ação. A empresa, até o momento, também está oferecendo suprimentos para captura e transporte dos peixes.
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