Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu (SP) acompanham de perto a reprodução dos peixes no Rio Mogi-Guaçu, em Pirassununga, para conhecer melhor as espécies e fazer um planejamento adequado para a preservação do rio. Para isso, são coletadas amostras de ovos em vários pontos da bacia.
“A gente tem essa rede, que deixamos exposta por 10 minutos para coletar todos os ovos e larvas que ficam a deriva no rio. Nós vamos levar para o laboratório para fazer a triagem sobre a lupa e posteriormente a análise genética de identificação desse material. Isso ajuda o rio na conservação, na delimitação de áreas de desova e berçários naturais”, explicou o pesquisador Diogo Freitas Souza.
As amostras que vão para o laboratório são guardadas em potes. Com o rio cheio, fica mais fácil fazer a coleta do material. A coleta, que deve terminar em março, já registrou 151 espécies diferentes, mas esse número pode ser ainda maior, pois na época da Piracema muitos peixes migram para se reproduzir no rio.
“No estudo comparativo que fizemos do ano passado com este ano, a gente percebe uma abundância muito maior nas amostras que estamos colhendo”, afirmou o pesquisador André Nóbile.
A pesquisa inédita é realizada em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta), que monitora o rio e reproduz espécies extintas em laboratório para aumentar a população de peixes.
Para o coordenador do Cepta, José Augusto Senhorini, a análise dos ovos pode ser uma grande contribuição para o futuro do rio. “Pode gerar subsídios para o monitoramento do ambiente e legislação de pesca. Isso é muito importante para delimitar áreas protegidas para a conservação”, disse.
Portal G1 – Imagens EPTV