Rio Doce agoniza após 3 meses do desastre – Portal Pesca Amadora Esportiva Rio Doce agoniza após 3 meses do desastre | Rio Doce agoniza após 3 meses do desastre – Portal Pesca Amadora Esportiva

Rio Doce agoniza após 3 meses do desastre

Biologo estima que onda de lama do Rio Doce atinja 10 Mil km de litoral no ES 2O rompimento da barragem da Samarco já é considerado a maior tragédia ambiental da história do Brasil. Se não bastasse o violento fluxo que a lama tomou, destruindo tudo pela frente, os rejeitos de minério chegaram ao Rio Doce causando prejuízos sem precedentes ao meio ambiente.

O lamaçal proveniente da barragem encobriu toda a vegetação aquática e dizimou pequenos invertebrados que fazem parte da cadeia alimentar da maioria dos peixes. Consequentemente, a escassa quantidade de alimentos ameaça mais de 200 espécies de peixes que vivem no Rio Doce. A alteração no curso do rio e a espessa camada tóxica da lama também contribuem para o quadro irreversível de desequilíbrio do ecossistema e perda da biodiversidade.

Segundo biólogos, os rejeitos já eram despejados em pequenas quantidades, mesmo antes da tragédia. Essa prática ilegal colaborou para que 11 espécies fossem ameaçadas de extinção, antes do rompimento da barragem. Entre elas o andirá, acará-topete ou papa-terra, lambari, surubim-do-doce e piabinha. Inclusive, algumas delas não são encontradas em mais nenhum outro lugar do planeta, tornando a ameaça mais dramática depois do acidente.

Como se isso não fosse o suficiente, peixes importantes para a economia local como surubim, robalo e cascudo também têm a tendência de desaparecer, causando prejuízos irreparáveis para os pescadores e para o turismo de pesca esportiva, muito comum na região.

Espécies de peixe que foram extintas com o rompimento da barragem da Samarco

Com a morte dos peixes e a poluição da lama, todo o ecossistema da região está condenado. O lençol freático será contaminado pelos rejeitos, prejudicando a vegetação que margeia o rio; a população de alguns anfíbios, pássaros e mamíferos diminuirá drasticamente; com a redução de predadores, pragas se tornarão mais corriqueiras; e, por fim, o consumo da água será prejudicial à saúde humana.

Contudo, muitos biólogos defendem que o quadro poderá ser revertido em algumas décadas. Isso, claro, desde que nenhum outro acidente de grandes proporções atinja o Rio Doce novamente.

Por Mazzaferro

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