A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) promete a volta da prática de iatismo e da pesca amadora na Lagoa da Pampulha em 10 meses. Nesta quinta-feira, o prefeito Marcio Lacerda assinou a ordem de serviço para a recuperação da qualidade da água de um dos cartões-postais da capital mineira.
A meta é enquadrar na Classe 3, conforme normatização do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que permite as atividades. “Será um trabalho de 10 meses, em que o consórcio (contratado para fazer o trabalho de limpeza da lagoa) terá que alcançar padrões de qualidade na análise da água que será feita a cada três meses”, garantiu o prefeito Marcio Lacerda.
As ações para a limpeza da Lagoa da Pampulha já começam nesta quinta-feira. O consórcio Pampulha Viva, ganhadora da licitação, vai usar dois produtos, o Phoslock e depois o Enzilimp, para reduzir o excesso de nutrientes na água e inibir a proliferação de algas, clorofila-A, metais pesados coliformes e a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).
A PBH investiu aproximadamente R$ 30 milhões nesse serviço, que será supervisionado pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura e pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).
A intenção da PBH é ter o espelho d’água limpo até o final do ano. Segundo a normatização do Conama, para atingir a Classe 3 a Lagoa da Pampulha não poderá ter espumas não naturais, óleos e graxas, substâncias que comuniquem gosto ou odor. Não poderá ter corantes artificiais que não sejam removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração convencionais, substâncias que formem depósitos objetáveis. O número de coliformes fecais terão que estar a até 4 mil por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês.
“A análise inicial já foi feita, nós teremos que reduzir determinados índices de clorofila, coliformes, fósforo e algas entre 70% e mais de 90%. Realmente a situação de poluição da lagoa é grave. Mas será utilizado um processo, já testado no Brasil e em outros países, e o consórcio nos garante que em 10 meses as águas estarão adequadas para esportes náuticos, da chamada classe 3, de acordo com a normatização do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Teremos, no final do ano, como prevê o contrato, uma excelente qualidade de água não só no visual, mas também no que se refere ao mau cheiro, que costuma acontecer”, afirmou Marcio Lacerda.
Os trabalhos para a limpeza da lagoa já vinham sendo feitos. Na primeira etapa, foram retirados 850 mil metros cúbicos de sedimentos da lagoa, segundo a PBH, no desassoreamento realizado ao longo de um ano. As ações foram concluídas em outubro de 2014 e tiveram investimentos de R$ 108,5 milhões.
Nos próximos dias, será lançado edital para a manutenção do desassoreamento da lagoa. A empresa que ganhar terá que retirar 115 mil metros cúbicos de sedimentos por ano, a partir do segundo semestre de 2016. Os trabalhos, da ordem de R$ 83 milhões, será realizado por um período de quatro anos.
Jornal – O Estado de Minas