Três embarcações, um helicóptero e uma equipe de 12 bombeiros estão envolvidos diariamente nas buscas de dois homens, de 25 e 32 anos, desaparecidos desde domingo (31) no rio Uruguai em Águas de Chapecó, no Oeste catarinense. O barco onde estavam virou próximo a barragem do vertedouro da usina Foz do Chapecó.
Conforme o Corpo de Bombeiros, a força da água, a profundidade e o risco de mergulho profundo dificultam as buscas. “São 15 metros com muitos riscos: pedras de detonação, vergalhões, anzóis e tarrafas. Por isso, usamos uma câmera subaquática para a visualização, mas o ângulo de visão é de apenas um metro”, explica o sargento Valter Luciano Hüning.
Cada embarcação conta com dois mergulhadores. O trabalho leva o dia todo, iniciando às 7h e encerrando próximo às 18h, quando a luminosidade cessa. Pelo trabalho desgastante, segundo Hüning, equipes dos bombeiros de São Carlos, Chapeco, Pinhalzinho e São Miguel do Oeste se revezam diariamente. As buscas não tem prazo para terminar, devendo ser encerradas apenas quando acharem as vítimas.
Área proibida para pesca
Segundo o sargento, o local onde o barco virou tem a pesca proibida. Há um indicativo de interdição a cerca de mil metros da barragem. Próximo ao vertedouro, a velocidade dos jatos d’água pode chegar a 150 km/h.
“Eles burlam a área proibida por ter muito peixe próximo a barragem. Os animais nadam contra a correnteza e ficam presos ali. Um pescador conta para o outro da abundância e acabam ocorrendo os acidentes”, diz o sargento.
Segundo o homem que sobreviveu ao acidente, ele era o único que estava de colete no barco. A embarcação, de madeira de dois lugares,teria girado próximo ao vertedouro e foi empurrada para baixo. Segundo o comandante, a estrutura era frágil e foi retirada da água sem os bancos.
De acordo com o sargento, o homem de 32 anos e o sobrevivente tinham autorização para a pesca. O mais novo apenas acompanhava e seria estudante de medicina.