Para ter um melhor desempenho durante uma pescaria, encontrar o local favorável, boa técnica, conhecimento de comportamento da espécie e quais iscas utilizar, são pontos podem tornar o dia da pesca produtivo e muito prazeroso. Todavia, é necessária a atitude do pescador para que todos esses tópicos sejam preenchidos a fim de encontrar um dia perfeito e cheio de peixes. Se a escolha do lugar for errada, se os materiais não forem apropriados, o dia pode se tornar frustrante.
Quando você decide que espécie pretende pescar, é importante seguir os sinais para se adequar ao melhor local, ou seja, onde esse peixe é encontrado (seja em pesqueiros ou na natureza), levar equipamentos de qualidade e adequados, preparar as iscas a serem utilizadas e, para finalizar, compreender como esse peixe se comporta em um “confronto”.
A prática leva a perfeição, sendo assim o melhor a fazer é praticar bastante e ficar atento aos próprios erros e claro, pedir ajuda para outros pescadores que sejam mais experientes. A maioria dos peixes se alimentam no início da manhã e no final da tarde, momento em que as pescarias serão mais produtivas. O silêncio é uma arma fundamental para conseguir pescar certas espécies de peixes, como por exemplo a tilápia.
A tilápia é um peixe de água doce que podem medir entre 40 cm e 90 cm e pesar até 12 kg, dependendo da espécie. Originaria da África, elas preferem águas quentes de regiões tropicais e subtropicais de todo o planeta.
Essa espécie proveniente do Rio Nilo foi introduzida em lagos, açudes e pesqueiros de várias regiões do Brasil, onde se reproduziu rapidamente, podendo também se adaptar à água salgada. A reprodução da espécie ocorre a partir dos seis meses de idade e a desova pode ocorrer mais de quatro vezes por ano. Com um instinto protetor, a tilápia protege sua prole, o que justifica o índice de sobrevivência elevado e o porquê desses peixes terem se espalhado pelo país tão rapidamente e serem tão resistentes.
A espécie se alimenta principalmente de insetos, micro crustáceos, sementes, frutos, raízes, plâncton, algas e pequenos peixes. Em pesqueiros particulares, ração manipulada também é utilizado na alimentação do peixe, o que pode alterar o comportamento e o horário em que estarão mais ativos.
É o terceiro peixe mais importante na aquicultura nacional, sendo um dos mais consumidos no país. Sem dúvidas, essa espécie, entre todas que foram introduzidas em lagos e represas artificiais, é a mais difundida. Os pescadores com o tempo e prática foram desenvolvendo e aperfeiçoando suas técnicas de pescaria para capturar grandes exemplares, como a pesca do capim e o uso de frutas para a captura desta icônica espécie.
Para os que ainda enfrentam dificuldades para capturar esse exemplar, separamos cinco dicas para que o o pescador obtenha o resultado esperado na pescaria da tilápia:
Entendendo os peixes
É preciso lembrar que os peixes, assim como outros animais, possuem sentido apurados. Os pescadores devem deixar a sua isca como algo tentador para a visibilidade do peixe. Embora não tenham nariz, os peixes têm fossetas nasais que possuem células ligadas às fibras do nervo olfativo, que é muito desenvolvido.
Sendo assim, existem odores que espantam os peixes na hora da pesca, como cigarro, combustível, desodorantes e sabão. Em situações de estresse, os peixes exalam uma substância chamada schricksoffen, que serve para alertar perigo no local. Se você estiver pescando e assustar os peixes, ou depois de uma boa briga, deixar algum escapar, provavelmente o cardume vai se evadir e o local permanecerá sem ação por um tempo. É importante lavar as mãos antes de manipular qualquer tipo de isca, principalmente após o uso de protetores solar e repelente, pois podem ficar vestígios dessa substância e transpassar para a isca.
Uma dica é pegar um pouco do barro na beira do lago ou pesqueiro, esfregar nas mãos e em seguida enxaguar com a água do próprio local.
Esses bichinhos também tem uma audição incrível, podem ouvir sons de até três mil vibrações por segundo, por isso é importante manter silêncio na pescaria. O paladar é bem aguçado, pois possuem um grande número de tubérculos na boca e nadadeira. Na água, as partículas responsáveis pela sensação de sabor são facilmente espalhadas, chegando aos animais e fazendo com que estes se sintam atraídos ou repelidos pelo paladar. Por isso é importante escolher uma boa isca.
O Local adequado
A tilápia prefere águas quentes, calmas e com correnteza suave. Pode ser encontrada em praticamente qualquer região de águas quentes do Brasil. No inverno elas comem menos, principalmente se a água estiver fria. Em pesqueiros ainda dá pra tentar pegar alguma, mas sempre no fundo e com uma isca que seja muito atraente, a maioria dos adeptos utilizam ração, milho azedo e minhocas. Lembre-se de chegar um pouco antes do entardecer, é um horário que a água está mais quente e as tilápias estão procurando comida, como insetos, nesse caso, a pesca de “fly” se torna uma excelente opção e maior garantia de sucesso.
Alguns locais da natureza são propícios para se encontrar as tilápias. Áreas com plantas aquáticas que é o alimento dessa espécie, grotas com barrancos de pouco declive e locais com o fundo de barro branco, que são utilizados para a construção de ninhos, são as melhores opções. Os melhores períodos para essas condições são entre o final do outono e todo o verão.
Conhecer o local de pesca resultam em sucesso na pescaria. Várias espécies de peixe se alimentam de frutos, uma árvore frutífera perto da represa, como uma goiabeira por exemplo, passa a certeza que terão peixes próximos a esse local se alimentando. Margens com capim são ótimos sinais, pois os pequenos peixes se escondem entre as plantas para fugir dos predadores. O capim também é responsável pela quantidade de insetos no local, alimento que a tilápia come no entardecer.
Equipamentos Necessários
Os equipamentos ideais para a pesca da tilápia, são equipamento leves que facilitam no arremesso e percepção de fisgadas. Varas com comprimentos entre 6 a 8 pés, linhas de pesca com o diâmetro entre 0,23mm e 0,35mm, boias leves apenas para manter a flutuação da isca, são suficientes para pescar tilápias. As boias de arremesso indicadas são as com peso entre 5 gramas e 20 gramas, anzóis de tamanhos entre um e dois, sendo que aqueles providos de duas farpas na haste facilitam a iscada e a manutenção das minhocas.
Iscas a Serem Utilizadas
Existem algumas possibilidades de iscas interessantes para a pesca da tilápia. Não perca seu tempo comprando minhoca californiana ou africana, para pescar grandes tilápias, use a minhoca “brava”, essa é a escolha ideal.
Massa caseira também pode ser utilizada na pesca, utilize ingredientes que atrai os peixes, como farinhas, mel, ração, etc.
Frutas, semente de café maduro e milho azedo são opções de isca natural que são apreciados pelas tilápias e podem ser encontrados quase que o ano todo.
A pesca com isca artificial é ideal para quem pratica o fly fishing (pesca com mosca), utilizando uma simples mosca seca. Como no entardecer elas costumam comer insetos, pegarão a sua isca em uma abocanhada.
Confronto
Quando a tilápia fisgar a isca, puxe rapidamente a vara em um movimento lateral ou para traz com firmeza para prender o anzol na boca do peixe, deixe ele nadar por um tempo e recolha em seguida. Essa espécie é muito frenética, porém não costuma saltar, uma vez fisgada, as tilápias dificilmente conseguem fugir do anzol.
Quando o peixe estiver nadando para tentar se livrar do anzol, comece a recolher a linha, mantendo a vara em um ângulo de 45° a 90°, não deixando baixar, tomando o cuidado para que o anzol não se solte. A tilápia não costuma brigar, mas tenha um passaguá a mãos pois ela costuma se sacudir bastante ao ser retirada da água.