Um par de anzóis de pesca encontrados na Ilha de Okinawa, no Japão, foram documentados como os mais antigos do mundo, com aproximadamente 23 mil anos de existência. Os artefatos foram encontrados durante uma expedição arqueológica, cujos resultados foram publicados no jornal científico da National Academy os Sciences dos Estados Unidos por uma equipe de 19 pesquisadores japoneses.
Segundo o estudo, o par de anzóis são tão ou mais antigos do que os até então documentados no Timor, com “idade” entre 16 mil e 23 mil anos, e na Nova Irlanda, ilha em Papua-Nova Guiné, com artefato datado de 18 mil a 20 mil anos atrás.
O par de anzóis descoberto no Japão foi encontrado na caverna de Sakitari, em meio à expedição que sugere que a ocupação de Ilha de Okinawa, no arquipélago de Ryukyu, se iniciou de 30 mil a 35 mil anos atrás. Foram encontradas também outras ferramentas feitas de conchas.
Os pesquisadores apontam que, até então, não havia evidências claras de ocupação no arquipélago anterior a 10 mil anos atrás. Isto, aliás, seria um sinal de um problema constante nas pesquisas em sítios arqueológicos no Sudeste da Ásia: a falta de evidências que indiquem comportamentos modernos como ornamentos pessoais e tecnologia lítica.
O estudo afirma ter encontrado evidência suficiente para corroborar a ideia de que as primeiras tecnologias marítimas se estendem ao Leste Asiático — descoberta, porém, que encontra dificuldades particulares da região, como o extensivo uso, no passado, de tecnologias baseadas em materiais perecíveis e não-líticos.
Para os autores da publicação, a ocupação da ilha aconteceu após sucessivas travessias pelo oceano, cuja distância sem sinais visíveis pôde chegar a 200 quilômetros em meio a fortes correntes marítimas.