O caçador apontado como responsável pela morte de pelo menos 19 felinos no Pará foi multado em R$ 494 mil pelo Ibama. Júlio César da Silva foi preso pela Policia Militar em Curionópolis (PA) no dia 26/08, durante a apuração de uma denúncia de porte ilegal de armas. O acusado armazenava cabeças, crânios, couros e patas dos animais silvestres abatidos em um refrigerador. Os policiais também apreenderam no local espingardas e munições.
Foi a maior quantidade de grandes felinos caçados já registrada em uma operação. Para os agentes ambientais, o crime está relacionado ao tráfico de fauna. Três autos de infração totalizaram R$ 460 mil por matar, mutilar e manter animais silvestres em depósito. A apreensão de sete aves silvestres no local resultou na aplicação de mais uma multa no valor de R$ 34 mil.
“Em maio do ano passado, circulou um vídeo na internet, onde um grupo mata uma onça preta a pauladas. Denuncias davam conta de que o crime também havia sido no Pará, porém o caso ainda não foi solucionado.”
Pelo menos 20 animais foram abatidos: 16 onças (Panthera onca), duas suçuaranas (Puma concolor), uma jaguatirica (Leopardus pardalis) e um jacaré (Caimam sp.). Todos foram levados para sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Floresta Nacional de Carajás (PA).
Exames genéticos serão realizados para determinar as espécies e concluir a investigação. Após o encerramento da pericia será definida a destinação final das apreensões.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, divulgou nota nesta sexta-feira (02/09) sobre o caso: “Estou chocado com as imagens daquela que foi considerada pelo Ibama como a maior quantidade de grandes felinos caçados já encontrada em uma operação desde a criação do Instituto. O tráfico de animais silvestres é um crime que atinge a cada um de nós, pois fere nosso direito a um meio ambiente equilibrado.
O perigo de extinção da onça pintada aponta, de forma dramática, para a necessidade urgente de aumentarmos, em quantidade e qualidade, a proteção de nossa biodiversidade. O Ministério do Meio Ambiente entende que essa proteção passa, necessariamente, pelo fortalecimento da estrutura de fiscalização do Ibama e do ICMBio, e pela conscientização, através da educação ambiental. Trabalhamos nesse sentido, de forma prática e objetiva, mas guiados pela convicção de que homem, planta e bicho são irmanados na natureza.”
Assessoria de Comunicação do Ibama