Turismo de Pesca Esportiva – 10 Espécies Encontradas no Brasil
Com uma grande variedade de espécies de peixes espalhadas em bacias hidrográficas, lagos, reservatórios de hidrelétrica e oito mil quilômetros de costa, o Brasil tem potencial para atrair pescadores do mundo inteiro. Porém, é preciso garantir que a pescaria não seja prejudicial aos peixes e de forma controlada, garantindo a continuidade das espécies e preservando o direito de consumo de forma responsável.
Podem ser grandes ou pequenos, compridos ou curtos, de mar ou de rio, isso é o que menos importa. O que vale na pesca esportiva é aliar técnica, persistência, prazer e força para fisgar peixes que saltam, atacam a isca com agressividade e tentam se soltar do anzol a qualquer custo.
Mas o pescador precisa estar atento e ciente sobre uma série de normas para a prática responsável da pesca esportiva.
- Emissão da licença de pesca amadora: A licença é obrigatória e emitida ou pelo Sinpesq junto ao Ministério da Agricultura (Licença Federal), ou junto ao órgão regulador de cada estado (Licença Estadual).
- Respeito aos limites de captura: O limite de captura para o pescador amador em território nacional é de 15 quilos mais um exemplar em águas marinhas ou estuarinas e 10 quilos mais um exemplar em águas continentais.
É importante observar que alguns estados possuem limites de capturas específicos e restrições quanto a espécies (Casos de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). - Respeito ao período de defeso: É o período em que a pesca é proibida devido à reprodução dos peixes. Cada espécie possui um período de defeso específico (Defeso Marinho, Defeso Continental e Defeso de Zonas de Transição) e variam em alguns estados.
- Respeito aos tamanhos mínimos e espécies proibidas: Existem tamanhos mínimos de captura estabelecidos para determinadas espécies. Peixes que não atinjam o tamanho mínimo ou estejam na lista de ameaçados de extinção devem ser devolvidos às águas.
- Identificação de áreas proibidas para pesca amadora: É preciso consultar a legislação antes de realizar uma viagem e verificar se a área de interesse possui alguma restrição ou proibição para a prática da pesca esportiva.
- Introdução de espécies: segundo a Lei de Crimes Ambientais, a introdução de qualquer espécie animal no país, sem o parecer técnico oficial e parecer técnico expedido por autoridade competente, é considerada crime, portanto, mesmo que o pescador já tenha capturado determinada espécie em algum local, antes de qualquer ação do gênero, é preciso fazer uma consulta sobre o impacto para que a “boa ação” não se torne um problema ainda maior.
Essas e outras orientações para uma pescaria responsável se encontram no manual Turismo de Pesca: Orientações Básicas, elaborado pelo Ministério do Turismo em colaboração com o IBAMA e o Ministério da Pesca e Agricultura.
Abaixo listamos 10 peixes esportivos que podem ser fisgados em águas brasileiras:
Agulhão-vela
E o peixe mais comum da família Istiophoridae, a família dos marlins, de grande interesse para a pesca esportiva oceânica. Sua principal característica é a barbatana dorsal comprida e alta, semelhante a uma vela. O peixe as usa para encurralar cardumes enquanto os separa com seu longo bico, semelhante a uma espada. Costuma dar saltos impressionantes após ser fisgado. Pode chegar a nadar a uma velocidade de 110 km/h.
Dourado
Apelidado de rei do rio, o dourado é um dos maiores predadores entre os peixes de água doce. Forte e rápido, está no topo da cadeia alimentar e é considerado um dos peixes de escama mais esportivos do Brasil. Encontrado em várias regiões, é mais comum nos rios da Bacia do Paraná e Bacia do São Francisco. Assim como o agulhão, costuma dar saltos em sequência após ser fisgado.
Tarpon
Com grande arranque e saltos de tirar o fôlego, o tarpon é um dos peixes procurados por pescadores esportivos na costa do Brasil. Até pouco tempo, a espécie que é comum nos Estados Unidos e Cuba atraia pescadores para aqueles países, dado o seu poder de esportividade, porém grandes exemplares dessa espécie podem ser fisgados principalmente no litoral de Sergipe.
Tucunaré
Todos possuem cabeça grande, mandíbula protuberante e uma mancha na cauda chamada de ocelo. Encontrado principalmente no sudeste e centro-oeste, a variedade de cores: amarelo, verde, vermelho, azul, decoradas com manchas e listras que formam padrões variados em cada indivíduo. São predadores persistentes e não desistem de sua presa por nada. O mais cobiçado deles é o Tucunaré-Açú, encontrado somente nos Rio da Amazônia.
Atum
O atum é um peixe com um excelente hidrodinâmica. São animais muito velozes e garantem uma boa briga. Algumas espécies de atum como a espécie rabilho e azul estão ameaçadas de extinção segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês). A pesca predatória diminuiu a população desses animais a níveis alarmantes, mas a espécie pode ser encontrada com mais facilidades nas regiões Sudeste e Sul do Brasil.
Pirarara
A pirarara é um peixe de couro, que pode chegar aos 60 kg e 1,5m de comprimento. Pode ser encontrado na bacia do rio Araguaia, Tocatins e Amazonas, sendo um dos peixes de couro mais procurado pelos pescadores esportivos. A espécie junto com a onça-pintada e o jacaré são os maiores, senão únicos predadores do peixe piranha. A espécie se adaptou bem e pode ser encontrada facilmente em pesqueiros espalhados pelo Brasil.
Marlin-Azul
O marlin-azul é conhecido como rei dos mares e é o peixe mais cobiçado na pesca esportiva oceânica. Pesa em média entre 150 e 300 quilos. Força, velocidade e saltos espetaculares fazem a alegria dos pescadores esportivos. No Brasil são encontrados principalmente entre os estados do rio de Janeiro e Espirito Santo. O marlin-azul mais pesado atingiu impressionantes 636 quilos e foi fisgado no Brasil no estado do Espírito Santo.
Pirarucu
O pirarucu pode chegar a 250 quilos. Além de respirar pelas brânquias, possui uma bexiga natatória modificada que funciona como pulmão. Assim, o peixe consegue retirar oxigênio do ar, característica necessária quando fica preso. Em alguns estados somente o pesque e solte pode ser praticado, por ter a estrutura do crânio muito dura, é considerado difícil de ser fisgado. Pode ser encontrado nos rios da Bacia Amazônica e Tocantins.
Dourado do Mar
O dourado-do-mar possui um formato peculiar: parece uma enguia com cabeça avantajada e corpo afinado. Pode medir até dois metros de comprimento e chegar a pescar 40 Kg, sendo mais comuns os exemplares com cerca de 1,5 metro e pesando entre 4 Kg e 13 Kg. A espécie é encontrada em mar aberto geralmente em cardumes próximo a superfície, onde a água é mais quente. Os estados do Espírito Santo e Santa Catarina são os pontos mais ativos.
Robalo
O robalo é um dos peixes preferidos entre os pescadores que utilizam isca artificial. Como o seu comportamento muda dependendo das condições climáticas, é necessário experiência para conseguir fisgar um exemplar. O robalo flecha é a espécie mais cobiçada pelos pescadores, podendo chegar a pesar 25 kg. O exemplar pode ser encontrado em todo o litoral brasileiro em baías e rios que desembocam no mar utilizando iscas artificiais ou iscas vivas.
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