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Tragédia no Rio Doce: Maior desastre ambiental do país completa um ano

tragedia-no-rio-doce-maior-desastre-ambiental-no-brasil-completa-um-anoConsiderado o maior acidente ambiental do País, o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco completa hoje um ano com uma incógnita: ainda não se sabe exatamente qual foi a extensão do dano ambiental nem tampouco quanto tempo será necessário para haver uma recuperação total.

O acidente, que repercutiu durante semanas na mídia brasileira e internacional, chega 12 meses depois condenado também pela Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade considera que as ações tomadas até agora pelas empresas envolvidas, pelo governo e pela Justiça são insuficientes face ao tamanho da tragédia. A Organização aponta que diversos danos não foram sanados, como o acesso seguro à água para consumo humano, a poluição dos rios e o destino incerto de comunidades forçadas a deixar suas casas. SECOM-ES Cientistas se mobilizam para recuperar áreas atingidas por lama da barragem de Mariana

mpf-quer-que-samarco-pague-fiscalizacao-contra-pesca-na-bacia-do-rio-doce“Após um ano, muitos dos 6 milhões de pessoas afetadas continuam sofrendo”, alertam os peritos da ONU. “Acreditamos que seus direitos humanos não estejam sendo protegidos em vários sentidos, incluindo os impactos nas comunidades indígenas e tradicionais, problemas de saúde nas comunidades ribeirinhas, o risco de subsequentes contaminações dos cursos de água ainda não recuperados, o avanço lento dos reassentamentos e da remediação legal para toda a população deslocada, e relatos de que defensores dos direitos humanos estejam sendo perseguidos por ação penal.”

Apesar de esforços de órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ibama e de universidades e pesquisadores independentes de iniciar coletas e análises, logo depois que a lama varreu Bento Rodrigues e atingiu o Rio Doce rumo ao mar e nos meses seguintes, alguns trabalhos foram interrompidos em abril por falta de verba e só estão sendo retomados agora.

Ministerio publico proibe pesca na Foz do Rio Doce no ES 3É o caso do impacto no litoral, onde a lama desaguou a partir da foz do Rio Doce. Roberto Sforza, técnico do ICMBio e chefe da Área de Proteção Ambiental Costa das Algas, uma das unidades de conservação no Espírito Santo que foi atingida pela lama, explica que duas expedições oceanográficas foram feitas, em janeiro e abril, para a coleta de amostras de água, sedimentos, micro-organismos e recursos pesqueiros para identificar possíveis contaminações. Foi dessas primeiras análises que surgiu o alerta de que peixes e crustáceos estavam contaminados, o que levou à suspensão da pesca. Mas depois de abril não foi possível concluir nem a análise de material coletado.

  “As expedições ocorreram com recursos nossos, remanejados de outros projetos, e de universidades como a Federal do Espírito Santo, mas quando nosso dinheiro acabou, tivemos de parar”, disse. Ele explicou que somente agora, com o termo de ajustamento de conduta com dinheiro repassado da Samarco para isso, é que deve ser iniciado um monitoramento pelos próximos cinco anos.

“A verdade é que hoje não temos como dimensionar o dano nem caracterizá-lo. O que sabemos é que os rejeitos que chegaram ao mar se espalharam por toda a plataforma do litoral do Espírito Santo. E, dependendo de ventos, frente fria, correntes marinhas, chegaram a Abrolhos e ao litoral norte do Estado do Rio. Mas que efeitos causaram não é sabido nem quanto tempo vai levar para recuperar.”

Mesmo para o caixa da mineradora, o acidente teve impactos consideráveis. O Ibama já aplicou R$ 250 milhões em multas à empresa, enquanto a Justiça de Minas bloqueou R$ 300 milhões como garantia para pagamento de indenizações. Há no mercado, porém, quem garanta que a empresa pode perder bilhões nos tribunais caso seja condenada.

A Samarco, que têm como sócias a Vale e a australiana BHP Billiton — constituiu uma fundação, a Renova, encarregada de todas as ações de reparação. Uma nova Bento Rodrigues vai ser construída em Lavoura, a 10 quilômetros de Mariana, local escolhido pelos habitantes do distrito. A estimativa é que o novo distrito estará concluído em 2019, com trabalhos sendo executados 24 horas por dia, sete dias por semana. A área de 89 hectares está sendo negociada com a proprietária, a ArcelorMittal. Segundo a Renova, 8 mil famílias ribeirinhas ao Rio Doce estão recebendo fundos de emergência, já que muitas dependiam da pesca ou turismo para o sustento.

Pelas contas da fundação, 236 famílias tiveram que sair de Bento Rodrigues e outras 108 foram remanejadas para a vizinha Paracatu, próximo ao distrito, e que também sofreu os impactos da inundação. O desastre deixou ainda 19 mortos que foram soterrados pela lama.

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