Uma audiência pública discutirá as construções irregulares nas margens da represa da Usina Hidrelétrica de Furnas, no sudoeste de Minas. Na próxima terça-feira (14), às 14h, a população de Capitólio (MG) e demais interessados estão convocados para debater os impactos ambientais que estas ocupações acarretam.
A represa de Furnas é a maior extensão de água do estado e possui oito unidades geradoras de energia, com um total instalado de 1.216 megawatts. Em setembro do ano passado, promotores apontaram várias irregularidades em propriedades às suas margens. Construções do condomínio Escarpas do Lago, em Capitólio (MG), não estariam respeitando a distância de 30 metros do lago, sendo que alguns proprietários teriam inclusive aterrado o leito do reservatório e dobrado seu terreno.
Segundo o MPF, há mais de 20 anos a população local é alertada sobre a proibição de construções em áreas marginais. Proprietários irregulares já ignoraram diversos alertas do poder público. Entre 2011 e 2015, a Polícia Ambiental efetuou 60 autuações na região.
Em 2015, foi lançada a Operação Escarpas do Lago, um esforço conjunto do MPF-MG, do Ministério Público estadual, da Polícia Ambiental, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da Furnas Centrais Elétricas, concessionária da represa. Desde então, já foram feitos 151 registros de eventos de defesa social.