A frota japonesa retornou nesta sexta-feira (31) ao porto de Shimonoseki depois de matar 333 baleias com “objetivos científicos”, de acordo com o Japão, apesar da moratória internacional sobre a caça às baleias e da oposição de Austrália e Nova Zelândia.
A frota formada por cinco barcos havia partido em novembro passado com o objetivo de caçar 333 baleias minke. No total, 200 pessoas, incluindo os membros da tripulação e suas famílias, se reuniram em sua chegada ao porto diante do barco “Nisshin Maru”, o maior baleeiro japonês.
A Agência de Pesca Japonesa define a campanha anual como uma missão de pesquisa “para estudar o sistema ecológico no Oceano Antártico”, mas grupos ambientais e a Corte Internacional de Justiça (CIJ) afirmam que a ação responde a interesses comerciais.
“Cada ano que o Japão continua com sua desacreditada caça científica de baleias é mais um ano em que estes animais magníficos são sacrificados sem necessidade”, disse Kitty Block, vice-presidente executiva do grupo. “Esta crueldade obscena em nome da ciência deve acabar”, acrescentou, citada em um comunicado.
A Comissão Baleeira Internacional (CBI), da qual o Japão faz parte, aplica desde 1986 uma moratória sobre a caça de baleias, mas o governo Japonês se ampara na pesquisa científica, garantindo que seu objetivo é saber se a população de baleias é grande o suficiente para justificar o retorno à caça comercial.
Após a decisão da CIJ de proibir a caça de baleias na campanha 2014-2015, o Japão se limitou a uma pesquisa “não letal”, na qual foram coletadas amostras de alguns animais e sua população foi contabilizada.
As últimas campanhas baleeiras japonesas foram marcadas pela polêmica, em particular pelas ações da organização ambientalista Sea Shepherd, embora os processos judiciais tenham diminuído. Segundo a Agência Japonesa, nessa temporada não ocorreram comportamentos de obstrução ameaçando a segurança da frota e da tripulação” por parte da Sea Shepherd.