O jaú, ameaçado de extinção no Estado de São Paulo, foi incluído no Plano de Ação Nacional (PAN) de conservação do ecossistema nos rios: Mogi, Pardo, Sapucaí-Mirim e Grande. A portaria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) busca traçar estratégias de resgate de vários peixes que sumiram ou que podem sumir destes rios em curto prazo de tempo.
O plano de conservação se estende até 2020 e tem como objetivo estabelecer um compromisso entre órgãos de pesquisa e população, no sentido de inibir a pesca predatória, reduzir a captação irregular de água, restaurar e conservar matas ciliares e promover a educação ambiental.
Apesar de o foco do documento ser de determinadas espécies, as consequências do plano, se concretizado, vai abranger todo o ecossistema desses rios.
A analista ambiental do ICMBio, Rita Alcântara Rocha, lembra que o jaú já foi abundante no Estado, mas que hoje é raro encontrar a espécie, em parte, pela sequência de represamentos que impediram a reprodução, como a construção de barragens ou pequenas centrais hidrelétricas e também pela pesca predatória.
Uma das etapas do plano inclui a formação de bancos genéticos e o estímulo a reproduções dirigidas, após a captura de alguns exemplares. Outra estratégia é impedir a introdução de espécies exóticas e até mesmo a soltura de nativas, sem estudos prévios e autorização dos órgãos de controle. A avaliação é a de que a colocação de animais no ambiente em que eles passaram a ser raros também provoca desequilíbrios.
A Pesca do Jaú
Por ser um exemplar de grande porte, podendo chegar a pesar 100 quilos, o jaú é um peixe cobiçado pelos pescadores. Em parte, esse foi um dos motivos que fizeram com que o peixe começasse a desaparecer. “A degradação ambiental é o principal motivo para o risco de extinção, aliada à sobre-pesca e ao barramento”, analisam os professores Paula Gênova de Castro Campana e Marcos Aureliano Silva Cerqueira, do Instituto de Pesca do Estado de São Paulo.
Os pesquisadores contam ainda que o jaú leva muito tempo para alcançar a maturidade, possuindo vida longa e taxa de crescimento lenta. Por consequência, a reprodução também é morosa. Entre as medidas indicadas para mitigar a possibilidade de extinção estão a proibição da pesca e, novamente, a recuperação dos rios.