O nome tucunaré tem origem indígena, porém incerta, especula-se que seu significado seja “olho para trás” ou “olho para a água”, devido à presença de uma mancha em forma de olho (ocelo) na cauda, típica da espécie. O tucunaré pertencem à família Cichlidae, considerada a mais rica em espécies de peixes de água doce do mundo e uma das maiores famílias de vertebrados, com pelo menos 1.300 espécies registradas e estimativas de aproximadamente 1.900 existentes.
O nome do gênero, Cichla, tem origem na palavra kichla, que os gregos antigos usavam para denominar diversos peixes. Em 1801, quando Cichla foi descrito, muitas espécies de várias partes do mundo (incluindo o tucunaré), foram incluídas neste gênero. Com o passar dos anos e aumento dos estudos, muitas mudanças taxonômicas ocorreram, e hoje apenas os tucunarés são chamados de Cichla.
O Tucunaré é uma espécie carnívora, alimentando-se principalmente de peixes e camarões. No Brasil, encontramos 15 espécies diferentes distribuídas no Amazonas e nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Ele habita principalmente açudes e represas no sudeste e os rios da bacia Amazônica.
Sua reprodução na natureza ocorre no período chuvoso, mas em ambientes como reservatórios e lagoas artificiais, onde há pouca variação no nível da água, a espécie pode se reproduzir várias vezes ao ano.
Este peixe não realiza piracema, mas na época reprodutiva os adultos formam pares, constroem ninhos em ambientes lênticos como fundo de lagos, remansos de rios e embaixo de troncos submersos, onde cuidam de sua prole. Possui escamas pequenas, com corpo alongado e um pouco comprimido. Sua coloração varia de acordo com a espécie e a região, com manchas pretas distribuídas regularmente pelo corpo.
Todos os Tucunarés apresentam uma mancha redonda (ocelo) no pedúnculo caudal. É bastante rápido, agressivo, forte e até estúpido. Também é muito sedentário (não realizando migrações). Tem hábitos diurnos. A espécie açú pode chegar a pescar 15 kg e medir mais de 1 m de comprimento total.
Por serem peixes muito apreciados na pesca esportiva, as espécies de tucunarés vêm sendo, ao longo das últimas décadas, introduzidas em ambientes onde não ocorriam naturalmente. Esta introdução ocorre quando os peixes chegam às lagoas e rios após o rompimento de tanques de piscicultura, ou pela soltura direta por parte de alguma pessoa.
Introdução da Espécie
A introdução de espécies exóticas (não-nativas daquele local específico) traz sérios problemas para a conservação ambiental, e é hoje junto com a construção de barragens e hidrelétricas, um dos maiores responsáveis pelo declínio e extinção de espécies nativas. O tucunaré-amarelo, foi introduzido em diversas localidades onde não estava presente naturalmente. Hoje, há registros da espécie em áreas dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e até no Paraguai.
A Maioria Foi Descrita Apenas em 2006
Das quinze espécies de tucunarés reconhecidas atualmente, nove foram descritas pela ciência apenas em 2006, após um amplo estudo realizado por um pesquisador sueco e outro brasileiro. Várias dessas novas espécies vinham sendo confundida com outras que já eram conhecidas, como Cichla ocellaris e Cichla monoculus.