FAO em conjunto com a ONU Meio Ambiente, alerta para a “pesca fantasma”, que ocorre quando o equipamento perdido ou abandonado por pescadores nos oceanos permanece capturando espécimes colocando em risco a vida marinha.
Segundo dados coletados, calcula-se que cerca de 10% de todo o lixo deixado no mar é resultado dos restos de material de pesca perdidos ou abandonados. No total, cerca de 640 mil toneladas deste equipamento é perdido nos oceanos todos os anos. Além dos prejuízos para a fauna e o meio ambiente, a pesca fantasma representa uma ameaça à subsistência de milhões de pessoas que vivem da pesca em todo o mundo.
Este material mata peixes e outras espécies, como baleias, golfinhos, focas e tartarugas. Também prejudica o fundo do mar e o ambiente marinho, criando problemas de navegação quando preso nas hélices, cascos ou lemes de embarcações. Este lixo também chega ao litoral, tornando-se um perigo para pássaros, caranguejos, tartarugas e outras espécies costeiras.
O material de pesca acaba largado no mar por diferentes razões, incluindo mau tempo, acidentes, negligência, ou mesmo abandono por estar danificado ou não interessar mais.
A agência sugere marcar o equipamento com o nome do dono para facilitar a sua recuperação. Também propõe não responsabilizar o culpado, como forma de aumentar as denúncias e a probabilidade de recuperar o material.
Combater a pesca ilegal, dar incentivos financeiros para a devolução, e usar novas tecnologias, como dispositivos de localização, são outras sugestões. A FAO também acredita que os portos devem ser equipados com equipamentos de recolha do material perdido e com locais específicos onde o material possa ser despejado.
A FAO diz que a pesca fantasma prejudica o atingimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, mais especificamente o Objetivo Número 2 que é acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Isto porque cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo dependem da pesca ou da aquacultura para a sua subsistência, e a pesca fantasma reduz os estoques de pescado.