Secretario defende PL que proíbe pesca do dourado e pintado por 10 anos no Rio Paracatu (MG)

O Secretário de Cultura e Turismo de Paracatu (MG), Isac Arruda fez uso da tribuna da Câmara nessa segunda-feira (02) para defender o Projeto de Lei 93/2018 apresentado na casa pelo Prefeito Condé que pede a proibição da pesca profissional de duas espécies de peixes no município, o pintado e o dourado pelo período de 10 anos com propósito de diminuir o risco de extinção. Caso seja aprovado, só será permitido para as espécies a pesca na modalidade pesque e solte.

O Secretário não se intimidou com a casa cheia de pescadores e sindicalistas em sua grande maioria de outras cidades e fez questão de reforçar seu pensamento contrário aos manifestantes que pediam a reprovação do Projeto de Lei na Câmara, detalhando os argumentos e ainda citando as recomendações da ONU em prol do meio ambiente.

Quando defendemos um projeto como esse nós não estamos proibindo pesca, mas restringindo duas espécies que estão com risco de extinção. O que nós precisamos é transformar a questão da pesca de forma sustentável, inclusive dando sustento a quem vive da pesca e esse não é um pensamento do prefeito da cidade, é um pensamento da ONU, porque acima de tudo é preciso de sustentabilidade para que no futuro ainda exista vida no Rio Paracatu,” justificou Isac.

O Secretário reforçou o entendimento de que cada município tem que cuidar das suas divisas, e que Paracatu será pioneiro no projeto de preservação mas que governantes e legisladores dos municípios vizinhos devem seguir o exemplo.

Cada um tem que defender a sua própria terra. Cada um tem que guardar a sua própria casa assim como estamos cuidando da nossa. É preciso que cada Vereador de outra cidade que está aqui presente, pense com cuidado e leve essa reflexão para a sua cidade, afirmou Isac.

Durante o evento, pescadores dos municípios Presidente Olegário (MG), Lagoa Grande (MG), Paracatu (MG), Unaí (MG), João Pinheiro (MG) e Três Marias (MG), protestaram, alegando que o projeto prejudica o pescador profissional.

Segundo o presidente da Federação dos Pescadores de Minas Gerais, Valtinho Quintino da Rocha, o projeto atinge cerca de mil pescadores que vivem da pesca no Rio Paracatu e podem perder suas rendas “Esse projeto quer tirar a profissão dos pescadores e não podemos aceitar esse projeto”, disse Valtinho Quintino.

É uma covardia o que este projeto faz com os pescadores. Tem que ter mais estudos e punir quem realmente acaba com o meio ambiente, os pescadores não fazem isso, são trabalhadores, tem que atingir os grandes fazendeiros”, afirmou o vereador Januário Elói.