Você sabia que o ecoturismo tem uma data especial no calendário brasileiro? O dia 1º de março é marcado como o Dia Nacional do Turismo Ecológico. E não é para menos, não é? Tem coisa melhor do que viajar para estar em contato com a natureza?
Ecoturismo ou turismo ecológico é o “segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações”. A definição é dada pelo Ministério do Meio Ambiente em conjunto com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).
Fundado nos conceitos de educação, conservação e sustentabilidade, é caracterizado pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que promovam a vivência e o conhecimento da natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Sem dúvidas, o segmento contribui para bem-estar ambiental, social, cultural e econômico dos destinos e das comunidades locais.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) aponta que, enquanto o turismo no geral avança 7,5% ao ano, a prática de ecoturismo cresce cerca de 20%. No Brasil, mais de um milhão de viajantes geram um faturamento de US$ 70 milhões para o segmento. Segundo os dados de visitação em Unidades de Conservação (UCs) federais do ICMBio, em 2018 os parques nacionais tiveram um aumento na visitação de 6,15%, com um total de 12,4 milhões de visitas. Em 2017, foram 10,7 milhões de visitas.
Algumas das atividades que podem ser realizadas no âmbito do segmento de ecoturismo são: observação de fauna e flora, observação de formações geológicas e visitas a cavernas, mergulho livre, caminhadas, trilhas e safáris fotográficos. Pensando nessa data especial, o ICMBio separou algumas dicas de unidades de conservação federais que você pode conhecer ainda em 2019. Então já sabe, né? Prepara as malas e vai se aventurar na natureza!
Antes de viajar, não se esqueça de conferir o Guia de Conduta Consciente em Ambientes Naturais.
1. Ilha de Rio
A menos de cem quilômetros da capital amazonense, uma paisagem deslumbrante à beira do Rio Negro se destaca. Com o intuito de proteger um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, com mais de 400 ilhas e 60 lagos, o Parque Nacional de Anavilhanas (AM) é um convite irrecusável para apreciação da biodiversidade amazônica. São mais de 350 mil hectares de áreas fluviais (60%) e terrestres (40%) protegidas pelos limites da Unidade de Conservação (UC), que não só servem de proteção para espécies ameaçadas de extinção, como também proporcionam renda para as comunidades ribeirinhas e artesanais de Novo Airão, cidade-sede do parque.
O ecoturismo da UC é diversificado, com opções para todos os gostos e idades. Mas, para isso, é preciso ficar ligado nas temporadas de chuva, pois o rio pode alagar até dez metros a mais comparado ao período de vazão. Por lá, é possível encontrar praias de rio na seca (setembro a fevereiro), trilhas aquáticas por entre os igapós na cheia (março a agosto) e atividades de interação com botos-vermelhos. Para os mais corajosos, o rapel em macucu, um tipo de árvore gigante da região, é diversão garantida, com direito a apreciação do espetáculo verde-amazônico da copa das árvores.
Para saber mais sobre a visitação no Parque Nacional de Anavilhanas, acesse: https://bit.ly/29Y5hpC
2. Água é vida, mas também é diversão
Quem passa despercebido pelas paisagens marrom-alaranjadas do Cerrado, em especial nos meses de seca, não imagina que o bioma abriga oito das 12 grandes regiões hidrográficas do Brasil. Só no Distrito Federal, estima-se que existam mais de mil nascentes que banham os principais rios e bacias do País. Para preservar as águas provedoras da vida brasileira, é preciso, antes, conservar a vegetação nativa ao redor das nascentes. É sob esse olhar que o Parque Nacional de Brasília (DF) foi criado, no início da década de 1960.
Popularmente conhecido como Água Mineral, o parque abriga as bacias dos córregos formadores da represa Santa Maria, que é responsável pelo fornecimento de 25% da água potável que abastece a região, quando completamente funcional. Não obstante, a principal atividade para os visitantes são as piscinas naturais de água corrente, uma ótima opção para fugir do calor enlouquecedor do Centro-Oeste. Para quem gosta de caminhada, o parque dispõe de duas trilhas de pequena dificuldade: a da Capivara (1,3 km) e a do Cristal Água (5 km). Por outro lado, a Ilha da Meditação é um charmoso atrativo para os que buscam momentos de silencio, reflexão e introspecção.
A unidade também conta com lanchonete para refeições rápidas. Aqueles que preferirem, podem levar a própria comida e aproveitar o dia com um delicioso piquenique nos locais devidamente permitidos. É importante lembrar que utensílios e garrafas de vidro, assim como bebidas alcóolicas são proibidos no lugar. Também não vale despejar o lixo em qualquer canto. A preservação do meio ambiente conta com a participação de todos e todas.
3. Berço de Dinossauros
Paleontologia, geologia, arqueologia, história. Localizado no centro da América do Sul, o Parque Nacional Chapada dos Guimarães (MT) da um show de educação ambiental. Considerado por muitos um verdadeiro museu a céu aberto, a região cercada de paredões rochosos era povoada por invertebrados marinhos e dinossauros, há 65 milhões de anos. Por isso, o parque conta com
46 sítios arqueológicos catalogados, contendo fósseis, inscrições rupestres e pinturas antigas. Curiosidade: foi na Chapada dos Guimarães que encontraram o fóssil do Pycnonemosaure, um dos maiores carnívoros terrestres do período cretáceo tardio, com mais de 7 metros de comprimento.
A visitação está sendo reestruturada e os atrativos são abertos de acordo com a capacidade de gestão, com a adequação das estruturas e do sistema de controle. Atualmente, estão abertos à visitação o Mirante do Véu de Noiva, a Cachoeira dos Namorados e Cachoeirinha, o Circuito das Cachoeiras, a Casa de Pedra, Cidade de Pedra, Morro de São Jerônimo e a Travessia do Morro de São Jerônimo com pernoite no abrigo “Casa do Morro”. Exceto o Mirante Véu de Noiva e a Cachoeira dos Namorados/Cachoeirinha, as atividades necessitam de agendamento prévio com guias ou condutores autorizados pelo Parque Nacional.
Apesar das dificuldades que o visitante pode encontrar ao percorrer as trilhas, tais como distância elevada, declives e falta de sombra, as opções de acessibilidade não deixam a desejar. Desde 2017, o Parque Nacional Chapada dos Guimarães conta com uma Julietti, uma cadeira adaptada para trilheiros com mobilidade reduzida, disponível para reservas. Saiba tudo sobre horários e acomodações em: https://bit.ly/2hDbQyA
4. O Mais Alto e Mais Antigo
O ano de 1937 marca a história brasileira como sendo o ano de início do Estado Novo, governado pelo então presidente Getúlio Vargas. O que pouca gente sabe é que, quatro meses antes da outorga da nova constituição, no mesmo ano, Vargas funda o primeiro parque nacional do Brasil. Situado na Serra da Mantiqueira, entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, o Parque Nacional do Itatiaia é a escolha perfeita para quem gosta de aventura nas alturas, cachoeiras e longas travessias.
Dentro do perímetro da unidade, encontram-se os picos mais altos da Serra da Mantiqueira e quatro dos dez maiores do País e, por isso, atividades de montanhismo e escalada são ótimas pedidas para os visitantes. Caminhadas e longas travessias, que podem durar até dois dias a depender do pernoite opcional, também atraem os trilheiros de plantão. Além disso, o Itatiaia é considerado um dos melhores locais do mundo para a observação de aves (birdwatching), o que pode ser feito em todo o parque, assim como a observação de borboletas (butterflywatching) nas primeiras horas da manhã.
O parque conta também com um Centro de Visitantes, que reúne todas as informações sobre a história do local, bem como exposições de arte, montanhismo, botânica, zoologia e petrologia. Conta com espaços para educação ambiental e atividades culturais e uma videoteca.
5. Oásis
Uma paisagem única esconde-se no extremo norte da região Nordeste, em um cenário diferente de qualquer outro no mundo. Foram necessários milhões e milhões de anos para que um raro processo geológico formasse os 90 mil hectares de dunas que protagonizam a beleza do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA). Como se não bastasse a areia branquinha, que parece não ter fim no horizonte, entre os picos e vales formam-se lagoas pluviais de águas transparentes – e mergulháveis – que podem chegar até 20 metros de profundidade. Visto de cima, o parque lembra um mosaico de cores e texturas de impressionar qualquer um.
Lençóis fica aberto durante o ano todo, mas a visitação é indicada principalmente durante o período de chuvas, entre maio e setembro, quando as lagoas estão mais cheias. Ao entrar na água, é inevitável: peixinhos irão ao seu encontro em busca de comida. Mal dá para sentir as sucções, que não deixam marcas, mas a situação pode assustar as crianças. Algumas das principais lagoas são: a Lagoa Azul e Lagoa Bonita, em que é preciso subir uma duna de 40 metros de altura para chegar; Lagoa da Esperança, da Gaivota, da Betânia e das Emendadas.
A paisagem dos Lençóis Maranhenses é altamente mutável e nunca um dia será como o outro. Portanto, aproveite ao máximo cada momento em que estiver visitando. Garantimos que não há nada igual.
6. Pelas Trilhas de Meus Ancestrais
Para além do exercício físico, caminhar é uma atividade contemplativa, em especial quando realizada em meio à natureza nativa. No caso do Parque Nacional da Serra da Bocaina (RJ/SP), conhecido como “o paraíso do trekking no Brasil”, há na caminhada também a função educacional. As trilhas da região estão intimamente ligadas ao período da colonização do País, e foram abertas e apropriadas por indígenas, bandeirantes, tropeiros e escravos, a partir do século VXII com o início da corrida pelo ouro. Estes mesmos atalhos foram usados mais tarde para escoar a produção de cana-de-açúcar e café no Vale do Paraíba.
Uma das principais atrações é o Caminho de Mambucaba, ou Trilha do Ouro, que foi utilizada nos séculos XVIII e XIX para transportar o metal extraído em Minas Gerais para o porto de Parati, em direção a Portugal. São 40 quilômetros de caminhada, que consomem pelo menos três dias, exigindo pernoites em casas de colonos ou em campings selvagens. A travessia percorre o topo da Serra da Bocaina (a 1.540 metros de altitude), em São José do Barreiro, e desce até a vila de Mambucaba, no litoral do Rio de Janeiro. No percurso, pode-se observar as mais famosas cachoeiras da região, suas araucárias e bananeiras tropicais, e ainda lugares históricos, como fazendas centenárias e ruínas de um antigo engenho de cana-de-açúcar.
Devido a grande variedade de ecossistemas, desde montanhas de grandes altitudes até praias paradisíacas, não existe programa que não agrade o visitante. Além das caminhadas de curto e longo curso, os corajosos podem se aventurar em atividades de mountain bike, surf e rafting no rio Mambucaba. Banhos de mar, observação de aves e contato com comunidades caiçaras e quilombolas são ideais para os adeptos de um turismo menos agitado.
7. Safári Brasileiro
Se você curte turismo de contemplação e biodiversidade animal, essa dica é para você. O Parque Nacional das Emas, em Goiás, dispõe de cerca de 350 quilômetros de estrada liberadas para passeio motorizado em carro próprio (autoguiadas) ou ônibus próprio para observação de espécies nativas de pequeno e grande porte. Os animais típicos do Cerrado, como tamanduá-bandeira, cachorro-do-mato, ema, anta, veado-campeiro, raposa e lobo-guará, podem ser vistos de perto ao longo de toda a extensão da unidade. Diferente dos safáris tradicionais, o local permite o desembarque para que o visitante possa fazer trilhas curtas.
A observação de animais é o principal atrativo do parque, mas não é o único. Ainda é possível aproveitar atividades aquáticas no Rio Formoso, como o passeio de bote com mergulho ou boia cross em trechos de maior intensidade de corredeiras. Outra dica é aproveitar as trilhas para ciclismo com bicicleta própria ou alugada no local.
8. Terra à Vista
Localizado na região da Costa do Descobrimento, na Bahia, o Parque Nacional do Pau Brasil é uma das mais importantes áreas protegidas da Mata Atlântica e talvez do País. O nome da unidade e do território têm grande importância histórica, pois foi neste local que, em 22 de abril de 1500, os portugueses desembarcaram pela primeira vez na costa brasileira.
Contrário ao pensamento comum, o litoral sul baiano, próximo a Porto Seguro, Trancoso e Arraial D’Ajuda, não é movimentado só pelas noitadas. A unidade de conservação é a prova de que o ecoturismo também tem voz presente para os visitantes, em especial para trilheiros. As trilhas são de fácil acesso, curta duração e com estrutura segura a pessoas com mobilidade reduzida, inclusive cadeirantes.
O parque também conta com roteiros para observação de mais de 200 espécies de aves, tirolesa e arvorismo, mirantes, cachoeiras, área para camping e trilha para bicicleta. O Centro de Visitantes, logo na entrada, é parada obrigatória para os amantes de História do Brasil.
9. Museu Natural da Pré-História
Sobre um relevo acidentado, em uma região de clima semiárido, períodos alternados de chuva e de seca promovem fortes mudanças na paisagem típica da Caatinga. Durante a estação chuvosa, de janeiro a julho, há uma surpreendente diversidade de flores de cores vivas. Entre agosto e novembro, marca-se a época mais quente do ano, em que a vegetação perde suas folhas e dá lugar à exuberância das formações rochosas.
É sob este cenário de belezas naturais que se esconde a maior concentração de sítios arqueológicos das Américas. O Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) guarda mais de mil sítios, sendo 179 abertos à visitação, cujas paredes estão despretensiosamente enfeitadas com pinturas de até 12 mil anos. As representações gráficas abordam uma grande variedade de formas, cores e temas, contendo, por exemplo, cenas de caça, sexo, guerra e diversos aspectos da vida cotidiana e do universo simbólico dos seus autores.
A visita completa aos circuitos abertos pode ser feita em seis dias, incluindo-se o Sítio do Boqueirão da Pedra Furada, onde foram feitas as primeiras escavações e as datações que atestam a presença do homem pré-histórico no continente americano há 48 mil anos. Para saber mais sobre as histórias que envolvem o local e aproveitar todas as trilhas, é recomendado contratar um guia da região.
10. Sociobiodiversidade
Para além dos Parques Nacionais, outros tipos de Unidade de Conservação (UC) federal possuem visitação liberada, em especial as categorizadas como de Uso Sustentável. É o caso, por exemplo, da Floresta Nacional de Tapajós, no Pará. O nome é uma homenagem ao rio que banha a região, sagrado às aldeias indígenas da etnia Mundukuru que vivem dentro e no entorno da UC, e que é uma atração à parte com o show de cores que mudam a cada hora do dia.
De acordo com o Plano de Manejo da Unidade, as áreas permitidas a visitação são: Área Populacional, Área de Manejo Florestal Madeireiro, Área de Manejo Florestal não-madeireiro, Corredor Ecológico e Área Administrativa. As iniciativas disponíveis para envolvimento comunitário abrangem manejo de florestas, extração de recursos naturais, como látex e óleos, e até produção de couro, móveis e alimentos. Também são desenvolvidas atividades de caminhada, banhos no rio e igarapés, passeios de canoa e flutuação. Um guia local acompanha os turistas em todas as atividades na comunidade.
Como o turista/visitante conhecerá uma área de proteção ambiental com população tradicional residente, é vedada a retirada de qualquer material da floresta, como plantas, ovos, flores, animais, sementes, peças arqueológicas, etc, bem como a entrada em residências, ou a captura de imagens das pessoas sem a permissão prévia destas.
11. Aventura nos Cânions
Os mais belos cânions do Brasil estão em duas unidades vizinhas, os Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral. As unidades estão localizadas junto à porção mais oriental da divisa dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, na região sul do Brasil.
Para ter acesso aos atrativos, estão disponíveis 3 trilhas, como dificuldades variadas, que cortam a Mata Atlântica e florestas de araucária, passam por rios e cachoeiras. O maior atrativo é o Cânion Itaimbezinho. Com profundidade de até 700m, paredões verticais e fenda estreita, é um dos maiores das américas. Além disso tem as paredes rochosas ornadas pelo verde exuberante da Mata Atlântica. Tudo é deslumbrante: enormes paredões que parecem ter sido aparados à “fio de faca”, ventos cantantes e um pôr do sol de impressionar.
12. Pantanal Amazônico
Visitar o Parque Nacional do Viruá é garantia de contato com uma rica diversidade de aves, mamíferos e plantas da Amazônia. Localizado no município de Caracaraí, centro-sul de Roraima, o parque abrange um mosaico de florestas aluviais, campinaranas e florestas de terra firme, com características típicas de um pantanal, no norte da Amazônia.
Banhado por quatro rios – Rio Branco, Rio Baruana, Rio Anauá e Rio Iruá – o Parque é reconhecido mundialmente como sítio de importância internacional para a conservação da biodiversidade em áreas úmidas. Para conhecer toda essa riqueza, o visitante pode fazer passeios embarcados pelos igarapés e espelhos d’água, ou aproveitar alguma das praias de rio da região. Outro atrativo do Parque são as trilhas da Serra do Viruá, em florestas que funcionam como refúgio para inúmeras espécies da fauna e flora.
Experiências de turismo de base comunitária estão sendo estimuladas, para assegurar a participação das comunidades no desenvolvimento do turismo no Parque Nacional do Viruá e entorno. Para quem pretende viver essa aventura, uma dica: O Parque Nacional do Viruá pode ser visitado durante todo o ano, mas, para planejar o passeio, é preciso estar atento às mudanças sazonais causadas pelas chuvas nos ambientes e rios da região. A estação chuvosa em Roraima vai de maio a agosto. Maio e junho são os meses mais chuvosos.
13. Sete Cidades de Pedra
O Parque Nacional das Sete Cidades, no nordeste do Piauí, recebeu esse nome por causa dos sete conjuntos de formações de pedra que existem na área. Esses curiosos monumentos de arenito foram esculpidos por aproximadamente 190 milhões de anos, e despertam a imaginação de todos os visitantes. Além da beleza cênica dos paredões de rocha, o visitante é levado a uma viagem ao passado ilustrada por pinturas rupestres, que contam sobre as passagens de grupos indígenas migratórios pela região.
O Parque ainda é uma zona de encontro da Caatinga com o Cerrado, com uma mistura de fauna e flora que só enriquecem ainda mais as belezas naturais locais. Para refrescar o clima quente do Piauí, a área do parque também conta com cachoeiras, poços e lagos.
Não há cobrança de ingresso para entrar no parque, no entanto, é necessário contratar um guia que cobrará pelo serviço ao grupo de visitantes. Dentro da Unidade de Conservação há um Abrigo-Hotele e, além disso, também existem outras opções de hotéis ou pousadas fora do Parque.
14. Paraíso das cachoeiras
O Parque Nacional da Serra da Canastra (MG) possui variada beleza cênica com paredões de rocha e cachoeiras imponentes, além de biodiversidade rica de Cerrado. A unidade é uma das queridinhas dos adeptos dos esportes de aventura e do turismo contemplativo, A região guarda muitos outros atrativos e, dentro do parque, há sinalização dos pontos de visitação que podem ser acessados de carro, por razoáveis estradas de terra, a depender das condições meteorológicas.
Os principais atrativos são a nascente histórica do Rio São Francisco e a cachoeira Casca D’anta, a maior queda do Rio São Francisco com 186 metros de altura. O visitante ainda pode aproveitar piscinas naturais e a vista ampla de um mirante. Outros pontos de destaque são: a Cachoeira dos Rolinhos; o Curral de Pedras, um curral feito amontoando-se manualmente pedra sobre pedra, que era utilizado para conter o gado durante a pernoite dos tropeiros; a Garagem de Pedras, um antigo entreposto para os habitantes do Vão dos Cândidos que subiam a chapada a pé ou em “lombo de burro” para ter acesso à estrada que ligava e liga São Roque de Minas ao Triângulo Mineiro.
O Parque Nacional da Serra da Canastra pode ser visitado o ano todo, porém, a época ideal para visitação é de abril a outubro, pois o tempo está menos chuvoso, facilitando o acesso às atrações e tornando os passeios mais agradáveis.
15. Indiana Jones Brasileiro
Imagine explorar uma caverna como se descobrisse um vale encantado dos filmes de Indiana Jones. De tão grande, chega a formar pequenos ecossistemas, com plantas e até lagoas, iluminados pela luz natural entre frestas. O verde brota em meio às paredes rochosas e espeleotemas, num mix de cores e texturas naturais que formam a microfauna e flora específicas do local. Este é o clima místico do Janelão, uma das mais famosas grutas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG).
Localizado ao norte de Minas Gerais, o parque é um daqueles paraísos escondidos que poucos conhecem, mas que todos deveriam conhecer. Além da vegetação mista entre Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, a unidade possui sítios arqueológicos milenares. Fato que deixou pesquisadores de todo o mundo boquiabertos com a qualidade e quantidade de pinturas rupestres encontradas. Para conhecer todas as trilhas, cavernas, sítios arqueológicos e galerias de arte pré-histórica, é preciso ficar pelo menos 3 dias fazendo os roteiros do Peruaçu.
As trilhas costumam ser pesadas e a contratação de guia condutor é obrigatória. Portanto, é recomendado verificar as distâncias e tempo de percurso de cada atrativo para melhor programar sua viagem.
Confira todas as atrações no link: https://bit.ly/2IH3K8U
16. Observatório de Aves
Se você é fã de observação de aves, você não pode perder a oportunidade de conhecer o Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS). São 275 espécies de aves já catalogadas na unidade, dentre as quais 35 são migratórias. Além disso, o parque é um berçário para o desenvolvimento de espécies marinhas, entre eles o camarão-rosa, a tainha e o linguado.
Localizado em uma extensa planície costeira arenosa, é uma das últimas áreas de proteção da restinga litorânea do Rio Grande do Sul. Sua paisagem é composta por mata de restinga, banhados, campos de dunas, lagoas de água doce e salobra, além de praias e uma área marinha. A unidade é considerada Sítio Internacional na Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas, Sítio Ramsar e Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Uma das atrações que mais chama a atenção dos visitantes são os exóticos flamingos. Apesar de originário do Chile, a ave migratória tornou-se símbolo do parque nacional. Com pico de migração concentrado principalmente nos meses de verão, a espécie é um dos xodós dos fotógrafos que vão à região em busca de sua beleza cor-de-rosa.
17. Entre Dunas e Praias
O Parque Nacional de Jericoacoara (CE) possui um grande potencial turístico. A Pedra Furada, formação rochosa considerada ícone de Jericoacoara e uma das principais paisagens do Parque, é visitada por um grande número de turistas.
Por sua vez, o Serrote, formação rochosa que se eleva ao nordeste da Vila de Jericoacoara, apresenta o ponto culminante do parque, onde está localizado o farol a uma altitude de 95 metros. Do campo de dunas, que se estende por quase toda a extensão do parque, destaque para a Duna do Pôr do Sol.
Há ainda passeio ecológico nos manguezais e nas lagoas temporárias, que formam uma atração à parte. As praias são a maior atração do Parque Nacional, tendo uma grande variedade, desde as que possuem grande número de frequentadores até as isoladas ou propícias para prática de esportes náuticos.
O Parque possui diversos atrativos, que incluem desde a prática de esportes radicais em belas praias e lagoas até a contemplação de monumentos naturais como a Pedra Furada, principal cartão-postal de Jericoacoara.
A partir da Vila de Jericoacoara, os turistas têm a oportunidade de realizar diversos passeios para visitar atrativos como o Serrote, a Pedra Furada e a Árvore da Preguiça, além de passeios de canoa pelos belos manguezais do Rio Guriú, para avistamento dos cavalos-marinhos (Hippocampusreidi).
Também há a opção de realizar passeios a cavalo pelas praias e dunas do Parque, além de passeios de buggy junto a operadores de turismo locais para conhecer atrativos situados no entorno da unidade, como a Lagoa do Paraíso, Lagoa Azul e Tatajuba, por exemplo.
O Parque Nacional e Vila de Jericoacoara abrigam uma enseada cuja praia está voltada para o poente, o que proporciona um belo espetáculo ao fim do dia, pois possibilita que turistas e moradores contemplem diariamente o espetáculo do Sol se pondo sobre o mar.
O parque pode ser visitado durante todo o ano. A época das chuvas se concentra entre os meses de fevereiro e maio, contudo os dias chuvosos são permeados por períodos de sol intenso.
Durante o restante do ano o Parque Nacional de Jericoacoara é privilegiado com dias ensolarados e vento constante, ideal para a prática de esportes náuticos a vela.
18. Fugindo Para a Serra
No coração do Quadrilátero Ferrífero e na porção sul da Cadeia do Espinhaço, só a 40 km de Belo Horizonte (MG), está o Parque Nacional da Serra do Gandarela. O destino é uma ótima opção para quem quer se aventurar em um conjunto exuberante de trilhas em serras, rios e cachoeiras, sem precisar ir muito longe da capital mineira.
A vegetação da UC é composta de um dos mais contínuos fragmentos de Mata Atlântica de Minas Gerais e formações do cerrado, como os campos rupestres ferruginosos e quartizíticos, além de cangas ferruginosas. O Parna se destaca também por representar significativas áreas de recarga de aquíferos, com grande ocorrência de córregos e rios que drenam para as bacias dos rios Doce e das Velhas, o que contribui para a ocorrência de dezenas de cachoeiras, que compõe uma esplêndida beleza cênica e oferecem opções de turismo e lazer gratuitos para a população local e da Região Metropolitana.
São muitas opções de cachoeiras e atrativos abertos para os visitantes. A Cachoeira do Índio, localizada no município de Rio Acima, é formada por quatro grandes quedas, com mais de 200 metros de altura. Para chegar até o poço da cachoeira o turista precisa fazer o percurso final a pé, através de um trecho de 900 metros que conta com uma descida íngreme de nível avançado. Além dela, a estrada que liga o centro de Rio Acima ao Mirante da Serra do Gandarela também dá acesso à Cachoeira do Viana, que possui cerca de quatro poços, sendo dois de difícil acesso.
Para os praticantes de trekking e mountain bike, a Trilha e Cachoeira das 27 voltas é o destino certo. Localizada no distrito de Honório Bicalho, em Nova Lima, a trilha tem 9 km de percurso moderado, com um trecho de grande aclive no início da trilha e um declive acentuado no final, onde é possível refrescar-se na Cachoeira das 27 Voltas, que possui um poço ideal para banho.
Outras quedas d’água de destaque são o Poço Azul e a Cachoeira Santo Antônio, acessadas através do município de Raposos. Para chegar ao Poço Azul, é preciso percorrer uma trilha de 1,2 km que margeia o Ribeirão do Prata. Ao longo do percurso é possível observar pequenos poços, cascatas, paredões e amata ciliar. Já a Cachoeira Santo Antônio impressiona por possuir tons azulados contrastantes com os paredões rochosos avermelhados.
O Parque Nacional da Serra do Gandarela pode ser visitado o ano todo e não há cobrança de ingresso para o acesso. Não é permitido acampar no interior do parque, mas existem diversas pousadas, hotéis e áreas de camping nas cidades do entorno.
19. Trilhas Subaquáticas e Baleias Jubarte
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (Enrico Marcovaldi)A cerca de 70 km de Caravelas, na Bahia, está o Parque Nacional Marinho de Abrolhos. Composto por um conjunto de cinco ilhas originadas de atividades vulcânicas, o arquipélago compreende a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, com formações de recife únicas no mundo.
Para viver essa experiência deslumbrante, o turista pode fazer uma visita embarcada ao arquipélago, contratando os serviços de uma empresa credenciada.
A visita embarcada no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos pode incluir atividades de mergulho livre (apnéia) e mergulho autônomo, observação de aves e caminhada monitorada em trilha na Ilha. Das embarcações que realizam passeio ao Parque, é possível avistar as ilhas de Redonda, Siriba, Guarita, Sueste e Santa Bárbara. Nesta última, sob jurisdição da Marinha do Brasil, é mantido desde 1861 o Farol de Abrolhos.
Durante todos os passeios no Parque Nacional o visitante conta com a orientação e supervisão de condutores de visitantes, para prestar informações e auxiliar os visitantes nos cuidados com o ambiente e com sua segurança.
O mergulho livre e snorkeling pode ser realizado em diversas áreas do arquipélago e permite a visualização de peixes coloridos, corais, algas e muito mais. O mergulhador ainda pode ter a oportunidade de mergulhar ao lado de tartarugas marinhas enormes. O mergulho autônomo permite ao visitante, além disso, mergulhar em naufrágios, cavernas, noturno e em chapeirões. O mergulho no Parque somente pode ser realizado em locais pré-estabelecidos e acompanhado de condutor subaquático treinado pelo Parque.
O visual paisagístico do arquipélago é impressionante e contém diversas aves, como atobás brancos e marrons, grazinas, fragatas e beneditos, que rendem ótimas fotos! Uma opção é realizar a trilha monitorada pela Ilha Siriba, que permite observar a paisagem e espécies da biodiversidade local, com acompanhamento dos monitores ambientais do ICMBio.
Durante os meses de julho a novembro, o passeio ganha um atrativo a mais, que são as exuberantes baleias jubarte, que buscam nestas águas claras e quentes um local para acasalarem e se reproduzirem, possibilitando que o turista observe estes enormes mamíferos marinhos durante a viagem!
Por: ICM-Bio