Amazonastur reúne órgãos e operadores para discutir ordenamento pesqueiro do Rio Negro (AM)
De olho na execução do Ordenamento da Pesca Esportiva na Região do Médio Rio Negro, a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) promoveu uma reunião, nessa quarta-feira (24), com órgãos estaduais do meio ambiente, representantes do poder público e operadores de turismo do município de Barcelos (a 399 quilômetros de Manaus).
No encontro, os prestadores de serviços turísticos barcelenses expressaram à diretoria da Amazonastur e aos órgãos ambientais do estado a preocupação com a comercialização ilegal do tucunaré fora da calha do rio Negro, desrespeitando o Decreto Estadual 31.151/2011, assim como a lei municipal n° 557/17 de Barcelos (AM) que disciplina a utilização dos recursos aquáticos na APA Mariuá (Barcelos) permitindo para espécie Cichla temensis, apenas a modalidade pesque e solte.
O município atrai turistas por conta da quantidade de tucunarés (peixe símbolo da Pesca Esportiva) que podem chegar a ultrapassar 13 kg. Das 15 espécies encontradas no Amazonas, 13 estão em Barcelos, o que torna o local o maior destino da pesca desportiva da espécie no mundo.
Entre as alternativas apontadas para aumentar a fiscalização naquela região está a formalização de uma parceria, por meio do Termo de Cooperação Técnica (TCT), entre a Amazonastur e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), pela qual a empresa estadual de turismo cederá um flutuante, a ser posicionado na “boca” do rio Branco, local de maior comercialização ilegal dos maiores tucunarés daquela região.
De acordo com a presidente da Amazonastur, Roselene Medeiros, a doação do flutuante é uma das ações para potencializar o turismo na região de Barcelos, cujo objetivo é receber ainda mais visitantes no estado.
“Eu confio muito na nossa equipe que está conduzida essas reuniões em prol do turismo. Vocês (operadores e órgãos públicos) são importantes para o fortalecimento da cadeia produtiva do turismo amazonense. Estamos prontos para doar o flutuante para o Ipaam e fortalecer as ações. Queremos receber mais e mais turistas, de acordo com todas as legislações dos órgãos ambientais”, comentou a presidente.
Legislação
De acordo com o coordenador do Núcleo de Pesca da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Rogério Bessa, as duas reuniões provocadas pela Amazonastur servem de base para a realização do Ordenamento Pesqueiro do Rio Negro, cuja missão é fomentar e harmonizar os serviços ambientais com a cadeia produtiva e também o foco no empreendimento turístico, que é gerado por meio da atividade.
“Uma das alternativas para a conservação da espécie mais esportiva, o tucunaré, está relacionada ao zoneamento de áreas específicas para pesca esportiva. A ideia é que a gente reúna as informações, os anseios dos principais operadores, e inicie as tratativas para a melhoria dos decretos, das legislações que regulamentam a atividade, no caso o decreto 31.151, e também uma modalidade que a gente chama de ordenamento pesqueiro na Calha do Rio Negro”, declarou.
“Tudo com o objetivo sempre de priorizar o peixe, porque sem peixe não tem pescador, não tem pescaria e não tem desenvolvimento sustentável, e também não tem turista”, acrescentou o coordenador.
Atividade turística
O presidente da Associação Barcelense de Operadores de Turismo (Abot), Ian Arthur, disse que muitos pescadores ilegais vêm descumprindo o Decreto 31.151/2011 ameaçando o turismo de pesca esportiva na região da calha do rio Negro.
“Muitos barcos de fora da região de Barcelos, da calha do rio Negro, estão indo pescar lá e pegando todos os tipos de tucunarés, ferindo o decreto. A partir do momento em que esses peixes começam a desaparecer, eles levam tempo para crescer, voltar ao estágio de peso, e também frustram o pescador, que está gastando dinheiro no estado e não tem a satisfação de pescar um peixe grande porque foi levado pela pesca ilegal”, comentou o presidente da Abot.
Para o vereador da Câmara de Barcelos, Claiton Carioca, a pesca esportiva é a mola propulsora econômica do município, e atualmente, os operadores sofrem com a falta de fiscalização naquela região. Para ele, a parceria com os órgãos estaduais vai fortalecer a atividade.
“Não adianta ter as leis se não se tem fiscalização, porque o nosso município não dispõe de recursos humanos preparados para tal. Por isso, dependemos desses órgãos estaduais, que detêm de aparelhamento, estudos, e mão de obra para executar as ações”, comentou o parlamentar.
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