Durante uma pescaria, o pescador José Ricardo Maurício, 44, no mar do povoado de Barra Grande, em Maragogi (AL), ao tirar a rede dos corais veio uma lagosta de cor azul junto dos demais crustáceos. A lagosta azul (palinurus echinatus) é rara e, para se ter ideia, especialistas afirmam que não há registros científicos da espécie no Brasil.
Apesar da raridade, Zé Ricardo, como é conhecido, conta que não foi a primeira vez que pescou “lagostim” azul nos mais de 20 anos de profissão. “É raro, mas já pesquei umas três, quatro vezes. Mas esta foi a com a cor mais azul que já vi”, conta ele, destacando que tratou logo de fazer fotos para não ser mais uma história de pescador.
Ele estava com outros dois pescadores quando puxou a rede que jogou durante a noite nos recifes de coral e levou os crustáceos pescados para serem retirados em casa. “Era um macho, adulto, com mais ou menos 200g. Estava vivo e se mexendo. Meu filho tirou as fotos e voltei ao mar para devolvê-lo para preservar a natureza”, afirmou.
Achado surpreende especialistas
O professor doutor Petrônio Coelho Filho, do curso de engenharia de pesca da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), ficou surpreso com o achado dos pescadores e disse que o material precisava ser levado para a comunidade acadêmica estudar.
“É tão raro que nunca vi aqui no Brasil. Precisamos estudar o crustáceo para saber se a cor azul é causada por mudança genética ou alimentação. No caso de camarão na cor amarela tem a ver com alimentação”, comparou o professor.
O biólogo Cláudio Sampaio, professor dos cursos de biologia e engenharia de pesca e coordenador do laboratório de ictiologia e conservação do campus Penedo da Ufal, conta que mergulha há mais de 35 anos e jamais viu uma lagosta azul no Brasil.
O biólogo Cláudio Sampaio, professor dos cursos de biologia e engenharia de pesca e coordenador do laboratório de ictiologia e conservação do campus Penedo da Ufal, conta que mergulha há mais de 35 anos e jamais viu uma lagosta azul no Brasil. “É realmente muito raro. Normalmente, as lagostas azuis que temos conhecimento são de outras espécies, que não existem no Brasil. São lagostas do Atlântico Norte”, diz.
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