Os produtores que tiveram prejuízos com a mortandade de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas (MG), se reuniram nesta segunda-feira (13), no Ministério Público. Eles cobram respostas para a morte de toneladas de peixes no último fim de semana. Mesmo diante de informações preliminares, o MP deve investigar o caso.
Os primeiros laudos com a qualidade da água, pedidos pelo Ministério Público no começo do mês, já estão prontos. Eles foram entregues para a Polícia Ambiental.
“O que o Ministério Público vai fazer agora é instaurar uma investigação e a partir dessa investigação procurar identificar a causa mortis desses peixes e identificar um eventual autor do lançamento de efluentes no Lago de Furnas que tenha contaminado a água e provocado a morte desses peixes”, explicou ao Jornal da EPTV o promotor de Justiça Fernando Ribeiro Magalhães Cruz.
Só um produtor perdeu mais de 50 toneladas no último fim de semana. Ao todo, foram sete anos de trabalho perdido, estima o produtor. “Além do prejuízo financeiro, tem a parte do frigorífico, do entreposto de pescado cadastrado na agricultura familiar, que todos os 15 funcionários correm o risco de perder o emprego”, explica o piscicultor Fernando Ávila.
O produtor também é obrigado a retirar toda a matéria em decomposição da propriedade. Foi montada uma força-tarefa com produtores da região para ajudar nos trabalhos. “Nós estamos fazendo o nosso dever social, eu não posso deixar todos esses peixes que morreram dentro do lago, então nós vamos dar um destino, está sendo retirado tudo e levado pro aterro”, contou Fernando.
Outro produtor que perdeu toda a criação, estimada em 12 toneladas de peixe, lamenta o prejuízo. “A primeira vez deve fazer uns três ou quatro anos mais ou menos. E agora que consegui recuperar essa perda, perdeu tudo de novo”, disse César Vanderley.
O caso também atingiu outra piscicultora há 90 dias. “Em relação a esta contaminação, a essa poluição, esse lançamento de efluentes da ETE irregular. Está irregular, senão não estava tendo mortandade de peixes”, explica Cristiane Novaes.
“Por que não morre peixes lá na Ponte das Amoras? Por que só aqui? O que é que tem de diferente aqui que não tem lá? Tem a adutora de lançamento de efluentes da Copasa”, reclama Fernando.