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Governo quer proibir pesca por 5 anos nos rios de Mato Grosso

O Governo do Estado encaminhou para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na manhã desta quarta-feira (31) uma mensagem em que prevê a proibição da pesca nos rios que estejam em território mato-grossense por cinco anos. A proposta revoltou alguns deputados, que criticaram a ‘pressa’ do Executivo estadual em aprovar a matéria e parlamentares como o deputado estadual Wilson Santos (PSD) alertaram que o texto não possui nenhum estudo técnico.

O texto prevê a proibição do transporte, armazenamento e comercialização de peixes oriundos da pesca em rios de Mato Grosso durante cinco anos, iniciando-se a partir de 1º de janeiro de 2024. De acordo com o projeto do Governo do Estado, será permitida apenas a modalidade “pesque e solte”, exceto durante a piracema.

No entanto, as vedações não serão aplicadas na captura feita às margens dos rios e destinadas ao consumo no local ou de subsistência. Entre os locais onde a pesca e consumo, serão permitidos estão os barcos hotéis, ranchos, hotéis, pousadas, barrancos e acampamentos.

Caso seja aprovada, a legislação prevê que aqueles que forem flagrados descumprindo a lei poderão ter os produtos da pesca, apetrechos, equipamentos, veículos e embarcações apreendidos, sob pena até mesmo de perdimento dos mesmos.

BARCOS HOTEIS
A proposta, no entanto, revoltou o deputado estadual Wilson Santos, que criticou a pressa do Governo do Estado em aprovar o projeto e ainda prometeu ‘expor’ colegas que tem interesse no texto e que são proprietários de barco hotéis.

“O projeto não tem estudo técnico para suspender a pesca por cinco anos em Mato Grosso. Vamos mobilizar os pescadores. Este texto não tem necessidade de ser apreciado com urgência. Se a proposta é para entrar em vigor em 2024, para que a pressa. A mensagem proíbe o transporte, armazenamento e comercialização do pescado. Vai ficar livre só os barcos hotéis e aqui tem alguns que são donos deste tipo de embarcação e vou dizer mais pra frente quem são. Estão legislando em causa própria. A ALMT está se transformando na nova Casa dos Horrores de Mato Grosso”, disse Wilson.

Outro que se pronunciou de forma contrária ao projeto foi o deputado estadual Lúdio Cabral (PT), que também criticou a pressa do Governo do Estado. O parlamentar pontuou que não há nenhum sentido em se aprovar o texto de forma rápida, como quer o Executivo estadual.

“Não se justifica a urgência para debater o tema que tem uma profundidade grande como este, e que envolve a vida de milhares de famílias trabalhadoras no estado. Daqui para o dia 1º de janeiro de 2024, são sete meses. Vamos debater o assunto neste período, e não aprovar em toque de caixa, em regime de urgência, agora. Não há sentido regimental para isto, nem de mérito”, afirmou Lúdio.

Mesmo com o posicionamento contrário dos parlamentares, o texto foi apreciado na Comissão de Meio Ambiente da ALMT, tendo parecer pela aprovação prolatado pelo presidente da mesma, o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB). No entanto, Wilson Santos, integrante da comissão, pediu vista do projeto, o que acabou sendo concedido, pelo prazo de 24 horas.

Por conta da manobra, o líder do governo na Casa, Dilmar Dal Bosco (UB), pediu para que a presidente em exercício da ALMT, Janaína Riva (MDB), marcasse uma nova sessão, de forma extraordinária, para quinta-feira (1). O pedido foi acatado e o texto deverá ser apreciado em primeira votação pelos deputados amanhã.

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