Pesca incidental mata centenas de tartarugas marinhas no litoral Brasileiro

A pesca incidental de tartarugas marinhas ocorre quando elas são capturadas involuntariamente por redes ou espinhéis, o que pode levar à morte. Essa é a principal ameaça às populações de tartarugas marinhas em todo o mundo.

Como ocorre

  • As tartarugas podem ficar presas em redes de espera ou arrastos, não conseguindo respirar na superfície;
  • Podem engolir anzóis e linhas, causando lesões no sistema digestivo;
  • Podem ter lesões e perda de nadadeiras ao se enroscar em redes e linhas de pesca;
  • Principais modalidades de pesca Pesca de emalhe, Arrastos de camarão, Espinhéis em alto mar.

Segundo o Projeto Tamar, cerca de 90% das tartarugas que morreram nesse ano, são adultas fêmeas em plena atividade reprodutiva, que se deslocam para fazer a desova na praia e acabam presas em redes de pesca. Como elas não conseguem voltar para a superfície e respirar, morrem afogadas.

No Litoral de Sergipe
Em três meses, quase 500 tartarugas marinhas morreram em praias de Sergipe, o dobro do registrado no mesmo período de 2024. Segundo o Projeto Tamar, redes de arrasto, usadas na pesca de camarão, são a principal causa.

A estimativa do Projeto Tamar é que as mais de 460 mortes até o final de março impediram a criação de cerca de mil ninhos, que geraram mais de 80 mil filhotes de tartarugas.

“A perda biológica desses animais é muito mais significativa porque o animal iria recompor a população e voltaria todos os anos para depositar seus ovos em nossas praias e assim dar continuidade na perpetuação da espécie”, explicou o biólogo Fábio Santos.

No Litoral de Santa Catarina
Mais sete tartarugas-verdes foram encontradas mortas por redes de pesca no Litoral Norte de SC. Os animais foram retirados de uma rede de pesca por surfistas e levados até a faixa de areia na praia do Tabuleiro, em Barra Velha. As carcaças foram recolhidas e encaminhadas para a Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, em Penha (SC), onde passaram por exame de necropsia.

De acordo com a médica veterinária do PMP-BS/Univali, Tiffany Emmerich, na avaliação externa foi constatado que se tratava de animais juvenis, todos apresentando boas condições corpóreas, porém foram observadas marcas lineares compatíveis com petrecho de pesca em todos os indivíduos.

A equipe da Univali alertou que o emalhe incidental de tartarugas marinhas em redes de pesca é uma das ameaças à espécie. Os animais ficam presos enquanto nadam em busca de alimento e, sem conseguir subir à superfície para respirar, acabam morrendo por afogamento ou asfixia.

Para evitar esse tipo de acidente, essas as redes de arrasto para pesca devem ser instaladas com uma distância mínima de duas mil milhas náuticos, cerca de três quilômetros. A multa para descumprimento da lei varia de R$ 700 a R$ 1.000.

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