Bombas usadas em pesca explosiva foram apreendidas em Atalaia-AL
O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e a Guarda Municipal de Atalaia apreenderam, nesta segunda-feira (28), várias bombas caseiras, 10 Kg de pólvora e outros produtos utlizados na pesca explosiva. O material foi encontrado com Sebastião Farias, 85, em um sítio localizado na BR-316, no município de Atalaia.
Segundo a tenente Djane Menezes, do BPA, o aposentado disse que não sabia que era proibido vender as bombas e que faz isso desde 1950. “É desta forma que ele sustenta, há anos, a família”, relata a tenente.
A pesca explosiva é crime no Brasil. A comercialização de qualquer artefato é controlada pelo Exército e nesse caso, segundo a tenente Djane Menezes, não existia nenhum tipo de autorização.
O subdiretor da Guarda Municipal de Atalaia, Jorge Araújo, disse que recebeu denúncias de que o Rio Paraíba estava sendo destruído por causa da prática ilegal. “A venda das bombas é comum na cidade, e qualquer pessoa pode comprar, inclusive crianças”, alertou.
Ainda segundo Jorge Araújo, os pescadores amarram a bomba em uma pedra e a jogam no rio. “Quando atingem o fundo, explodem e matam os peixes com o impacto. Se uma pessoa estiver no rio no momento em que a bomba explodir, pode morrer na hora. A bomba caseira tem um alto poder explosivo, dependendo do tamanho, pode se equiparar a uma dinamite”, conta.
O biólogo Bruno Stefanis, do Instituto Biota de Conservação, contou que a prática que acontece tanto nos rios quanto no mar não é seletiva, porque mata todo tipo de vida marinha. “Mata crustáceos e moluscos, além de peixes grandes e fora do tamanho permitido para a pesca. Inclusive, já recebemos relatos de pescadores que morreram durante com a explosão”, disse Stefanis.
O material apreendido será encaminhados para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) para ser incinerado.
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