Nativo da Ásia, peixe cabeça de cobra ameaça ecossistema nos Estados Unidos
O peixe cabeça-de-cobra, do gênero Channa, tem origem asiática, mas virou um problema na América do Norte e já se tornou uma espécie exótica invasora em oito países por causa da interferência humana. No Brasil, ele está na lista de animais cuja importação é proibida.
Nos EUA, o animal conhecida como snakehead não encontrou predadores e com seu apetite voraz tem potencial para destruir ecossistemas. Em um comunicado, o governo norte-americano assegura que os animais encontrados no país não apresentam riscos para humanos, mas podem prejudicar o equilíbrio dos ecossistemas das regiões afetadas e por isso devem ser controlados. Ao menos cinco estados da região registraram a presença deste animal exótico na natureza.
Mate e congele
Recentemente, o estado da Georgia recomendou aos pescadores que ao capturar um exemplar da espécie, mate e congele. A recomendação para que ele seja colocado no gelo é motivada pela capacidade que o animal tem de respirar fora d’água.
O congelamento garante que ele não seja devolvido vivo à natureza ou escape, já que ele também é capaz de se contorcer e tentar pular de volta à água quando deixado às margens dos rios durante as pescarias.
No Brasil, o Ibama proíbe o comércio de peixes do gênero Channa e ao menos seis espécies diferentes estão registrados na lista de animais que não podem ser importados para o país. O órgão destaca o comportamento agressivo dos peixes e o histórico de invasões desta espécie no mundo.
Uma das hipóteses para o aparecimento destes peixes nos EUA é a de que os cabeça-de-cobra tenham sido comprados em lojas de animais de estimação, como peixes ornamentais, mas foram descartados na natureza.
“Eles são muito bonitos, eles têm uma aceitação muito grande para aquaristas mais experientes”, diz Tarabay. “Infelizmente aquaristas com pouca experiência encontram dificuldades para cuidar destes animais e simplesmente os soltam na natureza.”
Semelhança respiratória do pirarucu
A dinâmica de respiração do peixe cabeça-de-cobra é parecida com a do brasileiro pirarucu, ambos são peixes que podem respirar fora da água, mas as semelhanças param por aí.
De acordo com o pesquisador da Secretaria da Agricultura, Leonardo Tachibana, o peixe de origem asiática consegue viver em ambientes muito mais hostis que o brasileiro.
“Ele consegue sobreviver na lama, por exemplo, com pouquíssima água, se o Pirarucu ficar só na lama, ele morre, precisa de água, ainda que seja com zero oxigênio. Acredito que o cabeça-de-cobra seja o resultado de um processo evolutivo de que se vivia em ambientes de lagoa que secavam”, diz o especialista.
Mais sobre o Cabeça de Cobra
A espécie está entre as maiores espécies da família Channidae, capaz de crescer até 1,5 metros de comprimento e pesar cerca de 20 kg. É nativo das águas doces do sudeste da Ásia (as populações do sul da Índia são agora consideradas uma espécie separada, C. diplogramma)
Nomes mais populares: xal mas, cabeça de cobra vermelha, cabeça de cobra, Ikan Toman e snakehead.
A espécie tem a capacidade de se arrastar para a terra e respirar ar, o que permite que o cabeça de cobra viaje curtas distâncias em terra principalmente em áreas lamacentas ou pantanosas, embora seja incapaz de caçar enquanto estiver em terra, pois não consegue se sustentar com suas pequenas nadadeiras em comparação com seu corpo avantajado.
Sua capacidade de respirar ar usando um pulmão primitivo localizado logo atrás das brânquias permite sobreviver em águas estagnadas, onde os níveis de oxigênio são baixos, chegando à superfície e tomando um pequeno gole de ar.
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