Peixes nativos do rio São Francisco são transportados de Minas Gerais para Alagoas em ação da Codevasf
Peixes das espécies matrinxã, piau verdadeiro e pirá foram transportados neste mês do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias, em Minas Gerais, para o Centro Integrado de Itiúba, em Alagoas. As unidades da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) são responsáveis por, entre outras iniciativas, desenvolver tecnologias de reprodução artificial de espécies nativas da bacia hidrográfica do rio São Francisco.
A ação visa à recomposição dos estoques da ictiofauna e à produção sustentável da aquicultura e da pesca. Os peixes foram transportados em caixas de mil litros, com suprimento constante de oxigênio e monitoramento das condições físicas e químicas da água. Após o período de quarentena, os exemplares serão utilizados para reprodução, objetivando a produção de alevinos, os quais serão soltos na bacia hidrográfica em ações de peixamento.
“O transporte de peixes adultos entre as regiões da bacia é imprescindível para manter os estoques necessários de reprodutores e melhorar a variabilidade genética dos alevinos produzidos nos centros integrados da Codevasf”, ressalta o superintendente regional da Companhia em Alagoas, Joãozinho Pereira.
O chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba, Vinícius Dias Filho, explica que, para a produção de alevinos de espécies nativas é necessária a formação de plantel de reprodutores a partir de exemplares que são capturados na natureza e estocados nos centros integrados.
“Devido aos impactos da ação humana no meio ambiente, algumas espécies (matrinxã e pirá) são consideradas extintas em parte da bacia, pois há décadas não se relatava sua captura no Baixo São Francisco. Porém, após a reintrodução por meio dos peixamentos realizados pelo Centro Integrado de Itiúba, pescadores vêm relatando a captura de exemplares adultos”, afirma.
Tecnologia
A Codevasf possui seis Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura em sua área de atuação, os quais produzem anualmente, em média, 12,7 milhões de alevinos de espécies de importância econômica e ecológica. Nessas unidades foram desenvolvidas tecnologias de reprodução artificial de espécies de peixes nativas do São Francisco.
Além do aumento expressivo na produção de alevinos com o uso dessas tecnologias, conseguiu-se reproduzir, de forma inédita, espécies de grande valor comercial, a exemplo do surubim, e espécies ameaçadas de extinção, como o pirá, espécie endêmica e considerado símbolo do rio. A Codevasf também promove cursos e treinamentos para produtores, pescadores artesanais e técnicos de instituições públicas e privadas e publica livros e trabalhos técnico-científicos desenvolvidos em suas unidades.
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