Pirataria retrai investidores japoneses na pesca do atum
Nos últimos dois anos, as empresas pesqueiras nipónicas estão a mandar reduzir as suas embarcações de faina na costa moçambicana, por receio das acções dos piratas do mar, que, entretanto, fontes competentes dizem estar a reduzir nos últimos tempos.
Responsáveis da Administração Nacional de Pescas (ADNAP) de Moçambique indicaram que a maioria das embarcações japonesas mandadas abandonar as águas territoriais moçambicanas dedicava-se, fundamentalmente, à faina de atum, fruto marisco muito apreciado no Japão.
Ao abrigo de um acordo com Moçambique, o Japão deve licenciar uma média de 40 embarcações de pesca de atum por ano, mas, entre 2011 e 2012, apenas licenciou cerca de 20 unidades, facto, essencialmente, assacado à insegurança no Oceano Índico provocada pela acção dos piratas, muitos deles baseados na costa da Somália.
Estimativas governamentais indicam que a pesca ilegal do atum na costa moçambicana provoca, em média anual, prejuízos estimados em cerca de 40 milhões de dólares norte-americanos, correspondentes a cerca de 20 mil toneladas de atum pescado ilegalmente.
Refira-se, entretanto, que o volume de licenciamento de embarcações de pesca recreativa e desportiva desenvolvida nas estâncias turísticas reduziu em cerca de 10% em 2012, altura em que Moçambique registou perto de três mil barcos.
Relatórios recentes indicam que se assiste a uma acentuada redução das acções dos piratas do mar nos últimos 12 meses, cenário atribuído por peritos a ter em conta à relativa estabilidade que se regista no interior da Somália, resultado da conquista de consideráveis parcelas do território pelas forças de intervenção da União Africana (UA) que estão a ajudar as autoridades de Mogadíscio a repor alguma ordem no país.
A então República Democrática da Somália conheceu alguma prosperidade e unidade nacional durante o consulado de Muhammad Siad Barre, que se autoproclamou Jaalle Siyad (“camarada Siyad”) e governou o geograficamente estratégico país com mão ferro entre 1969 e 1991.
Dados os excelentes laços e cumplicidades existentes entre Jaalle Siyad e o primeiro presidente da República Popular de Moçambique, Samora Moisés Machel, a uma importante avenida da cidade de Maputo, capital moçambicana, foi atribuído o nome Muhammad Siad Barre.
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