A pesca de praia, que pode ser considerada uma das modalidades de pesca mais praticadas em nosso país (se considerarmos os vários quilômetros de praias existentes), é realizada em sua grande maioria, de arremessos. Muitos fatores podem influenciar neste tipo de pesca, sendo que os principais são as marés, as condições metereológicas, a piscosidade do local e outros fatores. Além disto, para ficar mais fácil de compreender, podemos ainda dividir a pesca de praia em dois tipos, levando-se em consideração o local de pesca: pesca em praias fundas (de tombo) ou pesca em praias rasas.
As praias de tombo são aquelas em que a profundidade aumenta rapidamente, logo no início, com pouca seqüência de ondas. Isto dá uma certa vantagem ao pescador no arremesso, principalmente para espécies que procuram profundidade. O pescador nem mesmo precisa molhar os pés na água para lançar sua isca.
As praias rasas caracterizam-se por ter sua profundidade aumentando aos poucos, e por apresentar uma série de ondas que vão gerar canais ou valas, onde o pescador tem de identificar em quais destes canais correm os peixes.
CANAIS PARA PESCA
A identificação dos canais por onde passam os peixes é necessária e muito simples. Uma simples visualização do movimento da ondas, vendo onde ela perde a espuma (antes de quebrar) identifica a localização dos canais. Nestes pontos, já identificados, é que a isca deve ser jogada, testando-se um a um cada canal. Normalmente a praia possui três canais, com uma distância de cerca de 25 a 30 metros entre cada um (o primeiro é bem próximo à areia), sendo que o último é o mais fundo e o mais longe. Além disto, tem-se de observar que os canais vão ser eficazes na maré cheia, sendo que em outras marés o ideal é o arremesso mais longo, para pontos onde os peixes se localizam.
Quanto à correnteza, você deve observar seus movimentos. Em caso de maré correndo, o lançamento deve ser feito em direção ao lado oposto da correnteza, sem esticar a linha do molinete.
AS MARÉS
Como já comentado anteriormente, a maré que normalmente propicia melhores resultados para a pesca de praia, é a cheia (enchente). Isto porque é neste momento que começa a movimentação de todos os seres que vivem sob a areia e que são alimento natural dos peixes que, sabendo disso, aproximam-se mais. Os pequenos animais, como as tatuiras, sarnambis, siris, minhocas de praia, corruptos e outros, são atrativos para os peixes.
CONDIÇÕES METEREOLÓGICAS
Devem servir de observação para o pescador os seguintes itens:
- Tempo Nublado: pode-se pescar em beira de praia durante todo o dia, com bom proveito;
- Tempo Aberto (com sol forte): primeiras horas do amanhecer e nas últimas do entardecer.
Outro fator a que se deve dar importância são os ventos, que podem atrapalhar se forem muito fortes. Procure sempre utilizar linhas o mais fina possível (pois ela vai sofrer menos a influência do vento e da correnteza).
Além disto, a temperatura da água deve ser observada, pois a maioria dos peixes se afasta do litoral com o esfriamento das águas. A temperatura ideal, é de aproximadamente 19ºC a 22ºC. Portanto, as melhores épocas do ano são entre os meses de novembro a março/abril, quando a água ainda está quente.
CONDIÇÕES FÍSICAS DO LOCAL
Quando se está procurando um local adequado para a pesca de praia, fatores como navios encalhado próximos à arrebentação, pequenas ilhas, rios que deságuam na praia, pedras e outros, podem ser muito importantes. Isto porque a existência de peixes é quase que garantida nestes locais.
ISCAS
As iscas mais usadas na pesca de praia são normalmente as naturais, principalmente os animais do próprio local. Além disto, uma boa dica é a de recolher estes pequenos animais na maré baixa, quando estão mais expostos. Entre as principais iscas, encontradas em qualquer praia, estão os sarnambis (do tamanho do anzol, ou cortado em tiras, para facilitar a colocada no anzol), os tatuíras, as minhocas de praia e principalmente os corruptos. Além destes, o tradicional camarão pode ser utilizado (sempre descascado), assim como a sardinha (em toletes ou filés). Mas, nada melhor do que a isca do próprio local, que sempre dá mais resultado.
Mas, além de escolher a isca mais adequada, você deve ter um grande cuidado quando for amarrar a isca no anzol. Caso não a prenda de maneira adequada, ela pode sair voando na hora do lançamento ou cair com a movimentação da água. A maneira adequada de se iscar é fisgando uma das pontas da isca e ir empurrando até a ponta do anzol sair na outra extremidade. Aí, deixe a ponta do anzol exposta, pronta para ferrar o peixe. Além disto, você ainda deve usar o Elastofix, uma espécie de linha elástica, para amarrar a isca no anzol. Se você vai transportar a isca, atente para sua conservação, que pode ser feita com caixas especiais.
EQUIPAMENTOS
Para a pesca de praia, alguns equipamentos são um pouco diferentes dos utilizados para outras modalidades. Como o arremesso tem de alcançar distâncias maiores, a vara tem de ser maior, a linha mais fina, entre outros. Além disto, alguns acessórios são muito importantes, como o suporte de varas (descanso ou secretário). Sem ele, fica muito complicado trocar as iscas sem encostar o equipamento na areia e acabar danificando a engrenagem de molinetes e carretilhas. Um equipamento imprescindível na pesca de praia é o CHICOTE, devido às vantagens que oferece. Outros equipamentos, como alicate bico, de corte, trim, uma pequena tesoura e uma faca ou canivete bem afiado são sempre muito úteis.
Para facilitar a indicação dos equipamentos, podemos dividir a pesca de praia em três tipos:
Pesca Leve:
O equipamento para esta pesca deve estar muito bem balanceado, onde a sensibilidade e paciência é que vão levar ao sucesso da pescaria. Esta é uma das maneiras mais difíceis de pescar, pois quem está acostumado com peixes maiores pode ter problemas com os peixinhos.
Para facilitar sua escolha de um material ideal, segue a indicação de um conjunto muito bom para este tipo de pesca:
- Molinete: Argus 6000
- Vara: Marine Sports Amazon PS 602-H
- Linha: Monofilamento 0,23mm
- Anzol: Maruseigo 12, 14 e 16
- Chumbo: pirâmide, entre 25g e 40g
- Girador: nº 3
- Iscas: pedacinhos de camarão descascado, carnambi, vôngole, marisco (mexilhão), minhoca da praia (poliqueta), pedacinhos de sardinha ou manjuba, etc.
- abaixo de 1kg.
Pesca Média:
É a modalidade mais praticada em beira de praia, exigindo muita técnica, com ocorrência de peixes de diversos tamanhos. Após o lançamento, o ideal é colocar a vara no suporte e esperar a fisgada.
Para facilitar sua escolha de um material ideal, segue a indicação de um conjunto muito bom para este tipo de pesca:
- Molinete: Marine Sports MS 2000
- Vara: Marine Sports Super Cast PS 902 H
- Linha: Monofilamento 0,33mm
- Anzol: Maruseigo 14, 16, 18 ou 20
- Chumbo: pirâmide, entre 30g e 80g
- Iscas: camarão, manjuba, filé de sardinha ou parati, cernambi, tatuí, caranguejinho das pedras, mariscos e o corrupto.
- entre 1kg a 3kg.
Pesca Pesada:
Este equipamento é ideal para os grandes exemplares “briguentos” por excelência e que exija um maior preparo e concentração na captura.
Para facilitar sua escolha de um material ideal, segue a indicação de um conjunto muito bom para este tipo de pesca:
- Molinete: Marine Sports MS 4000
- Vara: Marine Sports Super Cast PS 1102 H
- Linha: Monofilamento 0,37mm
- Anzol: Maruseigo 14, 16 ou 20 ou Suzuki 16, 17 ou 18
- Chumbo: pirâmide, carambola, com garras e peso entre 60g e 120g.
- Iscas: camarão inteiro, amboré e outros peixinhos de canais e mangues, preferentemente vivos, sardinha (toletes, filés, metades da cabeça ou do rabo), filé de betara, parati ou cavalinha, corrupto, lula, siri, pequenos caranguejos, etc.
- acima de 5kg.
Obs.: Tudo que foi relatado neste texto foram técnicas e experiências pessoais. Sempre podem existir exceções e outras técnicas que podem funcionar.